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Transtornos Depressivos: o que são, como afetam e como buscar ajuda.



O que são os transtornos depressivos?


Os transtornos depressivos são condições de saúde mental caracterizadas por uma tristeza profunda ou persistente, que vai além do que é considerado normal. Essa tristeza é tão intensa que pode atrapalhar o funcionamento da pessoa no trabalho, nos estudos, nos relacionamentos e nas tarefas do dia a dia. Muitas vezes, a pessoa também perde o interesse ou o prazer em atividades que antes eram agradáveis — esse sintoma é chamado de anedonia.


Possíveis causas:


A causa exata da depressão ainda não é totalmente conhecida, mas sabe-se que ela pode estar relacionada a uma combinação de fatores, como:

  • Genética (hereditariedade);

  • Alterações nos níveis de neurotransmissores no cérebro, como a serotonina e a noradrenalina;

  • Desregulação hormonal (neuroendócrina);

  • Fatores psicossociais, como estresse, perdas, traumas ou ambientes desfavoráveis.


Esses fatores podem atuar de forma isolada ou conjunta, e variam de pessoa para pessoa.


A depressão no mundo


A depressão é um dos transtornos psiquiátricos mais comuns e preocupantes da atualidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem com a doença. Apesar de ser tratável, a depressão ainda é subdiagnosticada e pouco tratada em muitas regiões. Em países de baixa e média renda, por exemplo, entre 76% e 85% das pessoas com transtornos mentais não recebem o tratamento adequado, seja por falta de acesso, profissionais ou informação.


Principais sintomas da depressão


Embora os sintomas possam variar de uma pessoa para outra, os mais comuns são:

  • Tristeza persistente, irritabilidade ou sensação de vazio;

  • Perda de interesse ou prazer nas atividades do dia a dia (anedonia);

  • Alterações no sono (insônia ou sono excessivo);

  • Mudanças no apetite (comer demais ou de menos);

  • Cansaço constante ou falta de energia;

  • Dificuldade de concentração ou de tomar decisões;

  • Sentimentos de inutilidade, culpa ou desesperança.


Em casos mais graves, podem surgir pensamentos de morte ou suicídio. Por isso, é fundamental buscar ajuda profissional o quanto antes.


Neste texto, vamos focar em dois tipos de transtorno depressivo:

  • Transtorno Depressivo Maior – também chamado de episódio depressivo maior, caracterizado por sintomas intensos e de início mais súbito.

  • Transtorno Depressivo Persistente (Distimia) – uma forma mais leve, mas crônica de depressão, que pode durar anos.


Vamos explicar as diferenças entre eles, como identificar os sinais e quando procurar ajuda.


Transtorno Depressivo Maior 


Esse transtorno é caracterizado por um humor persistentemente triste, vazio ou irritado, acompanhado de mudanças físicas (somáticas) e mentais (cognitivas). Embora possa surgir apenas uma vez, é comum que os episódios se repitam ao longo da vida.


Importante: Nem toda tristeza é depressão. É essencial saber diferenciar o luto, as frustrações e as dores naturais da vida de um quadro clínico de depressão, que exige atenção especializada.




Quais são os sintomas da depressão maior?


Para que um diagnóstico de Transtorno Depressivo Maior seja feito, é necessário que a pessoa apresente pelo menos cinco dos sintomas abaixo, por um período de pelo menos duas semanas. Além disso, um dos dois primeiros sintomas obrigatoriamente precisa estar presente:


  • Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias

  • Perda de interesse ou prazer nas atividades que antes eram agradáveis

  • Perda ou ganho de peso significativos, sem estar fazendo dieta

  • Alterações no sono (insônia ou sono excessivo)

  • Agitação ou lentidão nos movimentos (visível para outras pessoas)

  • Cansaço ou perda de energia constante

  • Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva e inadequada

  • Dificuldade de concentração ou indecisão

  • Pensamentos frequentes sobre a morte, ideias suicidas, planos ou tentativas de suicídio


Quando os sintomas são preocupantes?


Para ser considerado um quadro de depressão, esses sintomas precisam causar impacto real na vida da pessoa, como:


  • Problemas nas relações familiares ou afetivas;

  • Dificuldade no desempenho no trabalho ou nos estudos;

  • Afastamento social;

  • Dificuldade em cuidar de si e das tarefas básicas do dia a dia.


Tratamento do Transtorno Depressivo Maior: cada caso é único



O tratamento da depressão deve sempre ser individualizado, ou seja, adaptado às necessidades de cada pessoa. Por isso, o acompanhamento é feito por uma equipe de profissionais da saúde mental, com foco no bem-estar global do paciente.


Quem está envolvido no tratamento?


  • Psicólogos

  • Psiquiatras


Em alguns casos, podem ser envolvidos outros profissionais, como:

  • Fonoaudiólogos, quando há dificuldades de comunicação;

  • Terapeutas ocupacionais, para ajudar a recuperar autonomia e rotina;

  • Fisioterapeutas, quando o quadro afeta a mobilidade ou energia física.



Transtorno Depressivo Persistente (Distimia): a tristeza que não vai embora


O Transtorno Depressivo Persistente (TDP), conhecido antigamente como distimia, é um tipo de depressão de longa duração. Para receber esse diagnóstico, a pessoa precisa apresentar sintomas depressivos contínuos por dois anos ou mais, sem passar longos períodos sem sintomas. Essa condição reúne dois quadros que antes eram separados: a depressão maior crônica e a distimia. O mais importante é que, mesmo que os sintomas nem sempre sejam intensos, eles duram muito tempo e causam prejuízos importantes na vida da pessoa.



Quando começa e como evolui? 


Os sintomas costumam surgir de forma lenta e progressiva, muitas vezes ainda na adolescência. Como essa tristeza constante parece “fazer parte da personalidade”, o transtorno pode passar despercebido durante anos — tanto pela própria pessoa quanto pelos que convivem com ela. É comum que os sintomas oscilam com o tempo: às vezes estão mais intensos, chegando a se encaixar nos critérios para um episódio de depressão maior; em outras fases, parecem mais leves, mas nunca desaparecem completamente.



Tratamento do Transtorno Depressivo Persistente 


Embora a distimia possa parecer “menos grave” por ter sintomas mais leves, ela é uma condição séria e de longa duração e precisa ser tratada. Assim como no Transtorno Depressivo Maior, o tratamento costuma envolver uma combinação de psicoterapia e, em alguns casos, medicação. O acompanhamento deve ser feito por profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras.


Abordagens mais comuns incluem:

  • Terapia psicológica (especialmente a terapia cognitivo-comportamental), que ajuda a pessoa a entender seus padrões de pensamento, emoções e comportamento;

  • Antidepressivos, quando os sintomas são mais persistentes ou atrapalham muito a vida diária;

  • Apoio multidisciplinar, se houver outros transtornos associados, como ansiedade, uso de substâncias ou dificuldades sociais.

  • Como os sintomas podem durar anos, a adesão ao tratamento e o acompanhamento contínuo são fundamentais. A melhora pode ser gradual, mas é real e possível.



Quando e como buscar ajuda?


Sentir-se triste, desanimado ou sem energia por alguns dias faz parte da vida. Mas quando esses sentimentos persistem, se tornam frequentes, ou começam a atrapalhar a rotina, os relacionamentos e o bem-estar, é hora de buscar ajuda.


Muitas pessoas demoram a procurar apoio por medo, vergonha ou por não entenderem o que estão sentindo. No entanto, reconhecer que algo não vai bem e buscar auxílio não é sinal de fraqueza — é um ato de coragem e autocuidado.


  • CAPS (Centros de Atenção Psicossocial): são serviços gratuitos oferecidos pelo SUS, com atendimento especializado em saúde mental.

  • Postos de saúde (UBS): também oferecem apoio psicológico e podem encaminhar para especialistas.

  • Psicólogos e psiquiatras: profissionais capacitados para ouvir, diagnosticar e propor o tratamento adequado.

  • Ambulatórios de saúde mental em hospitais universitários ou comunitários.

  • Se você está em dúvida sobre onde começar, procure a unidade de saúde mais próxima. Lá, profissionais poderão orientar os primeiros passos.


Referências bibliográficas:


IPTC - Instituto de Psicologia e Terapia Cognitiva. Transtorno Depressivo Maior. Disponível em: https://iptc.net.br/transtorno-depressivo-maior/. Acesso em: 5 jul. 2025.


DRAUZIO VARELLA. Distimia. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/distimia/amp/. Acesso em: 5 jul. 2025.



SYNLAB. Transtorno depressivo: entenda o que é e como tratá-lo. Disponível em: https://www.synlab-sd.com/blog/farmacogenetica-pt/transtorno-depressivo/. Acesso em: 5 jul. 2025.


 
 
 

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