Doenças de pele: Micoses
- siteconscienciaufr
- 8 de set.
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O que são micoses?
As micoses são infecções causadas por fungos, que podem se manifestar em diferentes níveis de gravidade: desde lesões superficiais na pele, unhas e cabelos até formas profundas e sistêmicas, que atingem órgãos internos e podem representar sério risco à saúde.
No Brasil, falar sobre micoses é especialmente importante devido à sua alta prevalência, ao risco de complicações e ao aumento da resistência fúngica aos medicamentos, o que se torna um desafio para a saúde pública. A falta de informação pode levar a quadros graves, danos permanentes e maior propagação da doença, tornando a educação e a prevenção fundamentais.
Agentes mais comuns
No país, os principais fungos responsáveis por micoses são:
-Paracoccidioides spp. (Paracoccidioidomicose), endêmico no Brasil.
-Candida albicans (Candidíase).
-Malassezia furfur (Pitiríase versicolor ou “pano branco”).
-Trichophyton spp. (Tineas e Onicomicose).
Fatores de risco
O clima quente e úmido, típico do Brasil, favorece a proliferação de fungos. Outros fatores de risco incluem:
- Higiene inadequada.
-Sistema imunológico enfraquecido.
-Uso prolongado de roupas e calçados fechados.
- Compartilhamento de objetos pessoais, como toalhas e escovas de cabelo.
-Andar descalço em locais úmidos, como vestiários e piscinas.

Principais tipos de micoses:
- Candidíase:
Causada por Candida albicans, pode ocorrer na boca, região genital, intestino e pele.

-Tinha:
Manchas vermelhas escamosas, de bordas bem delimitadas e coceira. Ocorrem em várias regiões do corpo, sendo comum nos pés (“pé de atleta”) e no couro cabeludo de crianças

- Pitiríase versicolor:
Caracterizada por pequenas manchas esbranquiçadas, rosadas ou amarronzadas, geralmente no tronco, pescoço e braços. Mais comum em adolescentes e pessoas com pele oleosa.

- Onicomicose:
Micose das unhas, que causa alteração da cor, fragilidade, descolamento e deformações.

Diagnóstico
O diagnóstico combina avaliação clínica e exames laboratoriais, como:
- Exame micológico direto e cultura.
-Histopatologia.
-Sorologia e testes moleculares.
Os fungos podem ser identificados em amostras de escarro, sangue, pele, líquor, urina e tecidos.
Tratamento
O tratamento é feito com antifúngicos, escolhidos conforme o tipo de micose, a gravidade e a resposta do paciente. Em geral, é prolongado e exige adesão adequada.
O antifúngico ideal deve apresentar amplo espectro de ação, ser seguro, eficaz, disponível em diferentes formulações e ter baixo risco de resistência e interações medicamentosas. No entanto, muitos medicamentos atuais apresentam limitações, como efeitos colaterais, resistência crescente e custo elevado.
No Brasil, o SUS disponibiliza alguns antifúngicos gratuitamente, além de oferecer acompanhamento médico integral aos pacientes com micoses endêmicas.
Prevenção
- Secar bem as dobras do corpo (axilas, virilha, dedos dos pés).
-Evitar o uso prolongado de calçados fechados.
-Usar chinelos em locais úmidos públicos.
-Não compartilhar roupas, toalhas e acessórios pessoais.
- Optar por roupas leves e de algodão, que permitam transpiração.
-Levar material próprio ao salão de beleza (alicates, lixas, palitos).
Conclusão
As micoses são infecções comuns, mas que podem se tornar graves se não forem diagnosticadas e tratadas corretamente. A conscientização sobre fatores de risco, prevenção e a importância de buscar atendimento médico em casos suspeitos é essencial para reduzir complicações e evitar a disseminação. Com cuidados simples no dia a dia e adesão ao tratamento adequado, é possível controlar e prevenir essas infecções, garantindo mais saúde e qualidade de vida.
Referências bibliográficas
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