A automedicação consiste na prática de ingerir medicamentos para tratar sintomas por conta própria, sem a consulta prévia de um profissional. Na prática, é uma das maneiras que utilizamos para evitar passar muito tempo esperando por consultas médicas quando achamos que já sabemos como resolver a situação. No entanto, é importante saber que se automedicar pode ser uma prática muito perigosa e, por isso, deve ser evitada.
A automedicação é um hábito desenvolvido a partir do contato com diversas premissas a respeito dos medicamentos que conhecemos através das nossas relações sociais, ou seja, indicações por amigos ou parentes. De certa forma, a automedicação é muito conveniente e pode trazer bons resultados no que diz respeito ao uso de medicamentos de venda livre, quando usados de maneira correta e segura. Os problemas de verdade surgem quando a automedicação impede ou atrasa o acesso ao diagnóstico e terapia corretos para casos mais graves ou de maior especificidade. Por isso, é de extrema importância que a população seja alertada sobre a necessidade de utilizar os medicamentos de forma racional.
No Brasil, dados revelam que cerca de 76,4% da população pratica a automedicação com frequência, principalmente a partir de indicação de familiares e amigos, mas também a partir de informações encontradas na internet e em anúncios publicitários, tornando esta prática ainda mais perigosa.
Um dos perigos da automedicação é a prática comum de aumentar a dose do fármaco por conta própria, ou misturar diversos medicamentos com a intenção de aumentar seus efeitos.
A partir de hábitos como esses que surgem os problemas mais conhecidos e da automedicação como:
– O uso de doses inadequadas pode resultar tanto em ineficácia quanto em overdose de fármacos, essa última representando grave risco à saúde;
– Muitas vezes a automedicação pode mascarar sintomas de condições mais sérias que necessitam do diagnóstico correto para serem tratadas adequadamente;
– O uso concomitante de mais de um fármaco pode resultar em interações medicamentosas e, portanto, deve sempre ser orientado por um profissional capacitado;
– O uso indiscriminado de antibióticos pode acarretar o desenvolvimento de resistência por parte dos patógenos, o que aumenta o risco de ineficácia do tratamento em infecções futuras.
Por todas essas razões, é evidente que a automedicação pode acarretar problemas muito graves, sendo assim, consultar um médico ou farmacêutico não é um tempo perdido, mas um tempo investido em sua saúde, pois o medicamento que serve para seus amigos e familiares pode não só não ser o ideal para seu caso como pode gerar consequências danosas para sua saúde.
Escrito por: Jonathas de Paula Faria Fernandes, aluno de graduação em Farmácia, UFRJ
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