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Fitoterápicos para ansiedade

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Fitoterápicos para ansiedade


O que é a ansiedade?


A ansiedade é um conjunto de sensações como a preocupação extrema, sensação de nervosismo, perigo iminente, insegurança. A ansiedade pode ser classificada como um sentimento normal, quando sentida em momentos específicos, seja no dia de uma prova, ou no dia de algo que a pessoa venha se preparando a um tempo. Mas também pode ser classificada como um transtorno psíquico, quando sentida em momentos diversos de maneira exagerada, causando sintomas que induzem a uma má qualidade de vida.





SINTOMAS


Os sintomas mais comuns em uma crise de ansiedade podem ser dos mais brandos aos mais intensos, como tremor, palpitações, falta de ar, tontura, sudorese, inquietação, dificuldade de dormir, alterações gastrointestinais entre outros. Além dos sintomas físicos, o indivíduo pode manifestar sintomas psicológicos como, nervosismo, descontrole de pensamentos, medo constante, irritabilidade, insegurança, preocupação excessiva, problemas de sono como insônia e pesadelos constantes e dificuldade de concentração.


TRATAMENTOS



Uma das maneiras de tratar a ansiedade é através de medicamentos tradicionais como os benzodiazepínicos, buspironas, antidepressivos como tricíclicos e inibidores de serotonina, anticonvulsivantes, antipsicóticos e antagonistas adrenérgicos. No entanto, tais medicamentos tendem a trazer efeitos colaterais indesejados, principalmente a dependência. Uma das alternativas de tratamento são os Fitoterápicos. Além disso, uma das formas de tratar a insônia é a aliança entre o exercício físico, a alimentação saudável e boas noites de sono.




Mas o que são os Fitoterápicos?




Os fitoterápicos são definidos pela ANVISA, como aqueles medicamentos que são obtidos a partir de derivados vegetais. Entretanto, existe diferença entre plantas medicinais e os fitoterápicos.

A planta medicinal é usada para minimizar sintomas, ou até para curar algumas patologias e são usadas nas formas de chá, infusões, macerados e sucos. As plantas medicinais são alternativas para tratar muitas enfermidades, e são mais acessíveis que os medicamentos alopáticos. Muitas espécies possuem propriedades terapêuticas, e ainda existe muito estudo a ser feito para novas descobertas acerca dessa relação terapêutica. É importante ressaltar que para ter a garantia do uso dessas plantas medicinais e remédios derivados é preciso haver medidas de controle e realizações de campanhas para informar a população sobre as plantas utilizadas. Por exemplo, é preciso saber usá-las, o local ideal, a forma de colheita ideal e a forma de preparo.

Portanto, é visto que a planta medicinal não é tão conhecida quanto um fitoterápico, sua posologia e seus riscos não são tão bem definidos e esses são os fatores que determinam a diferença entre o uso da planta medicinal e o uso do fitoterápico.

Os fitoterápicos são extraídos da matéria prima vegetal em formas industrializadas, com prescrição e dosagem correta. Além disso, o fitoterápico é obtido exclusivamente de drogas vegetais, caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos do uso. O processo de industrialização evita contaminações por micro-organismos e substâncias estranhas, além de padronizar a quantidade e a forma certa que deve ser usada, permitindo uma maior segurança de uso. Os fitoterápicos industrializados devem ser regularizados na Anvisa antes de serem comercializados. Os Fitoterápicos também podem ser manipulados em farmácias de manipulação autorizadas pela vigilância sanitária e, neste caso, não precisam de registro sanitário, mas devem ser prescritos por profissionais habilitados.


Os fitoterápicos podem ser encontrados nas seguintes formas farmacêuticas: pó, tintura, extrato, xarope, elixir, pomadas, pasta, creme, gel e cápsulas e comprimido.







Os principais fitoterápicos usados para tratamentos de ansiedade são derivados das seguintes matérias primas: o Piper methysticum G. Forst (kava-kava), Passiflora incarnata (maracujá), Valeriana officinalis (valeriana), e Matricaria recutita (camomila), Mentha (Hortelã), Citrus X sinensis (Flor de laranjeira), Melissa officinalis (Erva cidreira), Cymbopogoncitratus (Capim-limão), Crataeguslaevigata (Espinheiro branco), e Humuluslupulus (Lupulu).


A seguir veremos algumas considerações sobre alguns desses fitoterápicos:



Piper methysticum G. Forst (kava-kava)

  • É um fitoterápico que necessita de prescrição médica, é estipulado um tratamento de no máximo 8 semanas, não podendo ultrapassar 3 meses de uso contínuo. Pode potencializar substâncias de ação central, como o álcool e outros psicofármacos. As principais formas farmacêuticas comercializadas são as cápsulas ou comprimidos. É importante ressaltar que a maioria dos fitoterápicos são contraindicados para gestantes, lactantes e pacientes menores de 12 anos de idade. Ainda não foi definido o mecanismo de ação, existindo dados contraditórios sobre a interação de algumas substâncias com o receptor GABA. Para alguns autores há interação da cavapirona com os receptores GABA-A através de um efeito alostérico e que inibem canais de sódio dependentes de voltagem e atacam receptores H3.




Passiflora incarnata (maracujá)

  • É um dos fitoterápicos mais consumidos e não requer prescrição médica, tem ação ansiolítica e age como um sedativo leve. Também é contraindicado para gestantes, lactantes e durante o tratamento com antidepressivos, por potencializar o efeito sedativo. Sua forma farmacêutica comercializada é in natura, droga vegetal encapsulada, extrato fluido e tintura. Atuam deprimindo o sistema nervoso central, diminuindo a ansiedade, promovendo sedação e ação antiespasmódica da musculatura lisa. Inibe a monoamina oxidase e ativa os receptores de GABA (neurotransmissor inibitório), age na interrupção dos circuitos neurais e abaixa os níveis do GABA. A dosagem dependerá da espécie que está sendo usada ( incarnata ou alata, p. edulis) e da forma farmacêutica escolhida (infusão, chá, tintura entre outras possíveis).





Valeriana officinalis L (Valeriana)

  • A valeriana é vendida apenas sob prescrição médica sendo usada para tratamentos de insônia, ansiedade, possui um efeito hipnótico e é usada como sedativo moderado. É contraindicado para gestantes, lactantes, menores de 12 anos e alérgicos a algum componentes presentes na fórmula. A valeriana é apresentada em forma de cápsulas e em comprimidos. Seu mecanismo de ação inclui interação com diferentes receptores de GABA e seus sítios modulatórios, possuem efeitos depressores do sistema nervoso central semelhantes aos barbituratos.





Matricaria chamomilla (Camomila)

  • A camomila é amplamente conhecida pelos brasileiros pelo seu efeito sedativo, antiespasmódico, ansiolítico e anti inflamatório. A principal forma utilizada é em chás e infusões, já nas formas fitoterápicas são em cápsulas e comprimidos contendo o extrato seco retirado das flores da camomila. É contraindicada para gestantes e pacientes com hipersensibilidade ou alergia. O modo de ação da camomila vem sendo estudado em relação à ansiedade. Sabe-se que o seu mecanismo de ação é dado aos compostos de bisabolol e flavonoides, apigenina e luteolina.











Fitoterápicos disponíveis no SUS


De acordo com dados de 2013 do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica (Pmaq) existem mais de 2.160 unidades básicas de Saúde que disponibilizam plantas medicinais ou fitoterápicos na atenção básica. Existem 12 fitoterápicos na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) que podem ser ofertados na rede pública.

Os fitoterápicos disponíveis nas redes públicas são: isoflavona-de-soja (Glycine max), o guaco(Mikania glomerata Spreng) ,a espinheira-santa (Maytenus officinalis Mabb.), usados para tratamentos de gastrite e úlcera, hortelã (Mentha), alcachofra (Cynara scolymus), Cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana), Garra-do-Diabo (Harpagophytum procumbens), Plantago (Plantago ovata), Salgueiro (Salix alba) , Unha-de-gato (Uncaria tomentosa), Aroeira (Schinus terebinthifolius) e Babosa (Aloe vera).



PROPAGANDA ENGANOSA DE FITOTERÁPICOS



É comum presenciar a venda de fitoterápicos irregulares (sem registro ou notificação na Anvisa). Por isso, é preciso ficar atento a qualquer comercialização irregular. O uso de fitoterápicos irregulares podem trazer problemas na saúde do indivíduo, já que é um produto que não foi analisado, não possui segurança nem atestado de eficácia e qualidade.

Há algumas formas de identificar um produto irregular, a primeira delas é analisar se no produto há números de registros ou então frases como “ PRODUTO NOTIFICADO NA ANVISA”, outras formas de identificar e avaliar se na embalagem indica um complexo de substâncias, ou seja, mais de um princípio ativo. Analisar o uso de palavras ou expressões que não são comuns e principalmente o uso de palavras proibidas como “medicamento natural”, “100% natural'', " Ação forte", ``Composição concentrada”. Além disso, desconfie de produtos que prometem cura, é estritamente proibido o uso dessa expressão.






Conclusão



  • Portanto, podemos afirmar que o tratamento para a ansiedade com os fitoterápicos e as plantas medicinais são eficazes e promovem maior qualidade de vida para o paciente. Além disso, podemos afirmar que o custo de um tratamento fitoterápico é menor se comparado com medicamentos alopáticos.

  • O tratamento com fitoterápicos, para transtornos psíquicos, é uma saída para pacientes que não querem fazer o uso de medicamentos alopáticos, já que muitos dos medicamentos antidepressivos, ansiolíticos causam dependência e possuem diversos efeitos colaterais além da dependência, como tontura, náuseas, insônia, fadiga entre vários outros encontrados nas bulas.

  • É importante destacar, que antes do paciente ir em busca de tratamentos farmacológicos é necessário que o paciente tente incluir no seu dia a dia uma alimentação equilibrada, ou seja, uma alimentação com menos açúcares, gorduras trans e saturadas e rica em ômega 3 e fibras.

  • Também é recomendado que o paciente faça alguma atividade física regular e tenha uma rotina de sono adequada. Tais fatores, ajudam não só na qualidade de vida, mas também no tratamento de doenças psíquicas, como a ansiedade.


ESCRITO POR: Hagatha Bento M. Pereira, aluna de graduação da Faculdade de Farmácia UFRJ.




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