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Doenças Bacterianas: Pneumonia Bacteriana

A pneumonia é uma infecção pulmonar que afeta os alvéolos, as pequenas estruturas responsáveis pela troca de gases nos pulmões. Em alguns casos, a infecção pode também atingir os interstícios, que são os espaços entre os alvéolos. A doença ocorre quando agentes patogênicos ou irritantes, como bactérias, vírus, fungos, inalação de produtos tóxicos ou até respostas alérgicas, invadem o espaço alveolar, comprometendo a função pulmonar.


A pneumonia bacteriana é frequentemente causada pela bactéria Streptococcus pneumoniae, também conhecida como pneumococo, o principal agente responsável pela pneumonia adquirida na comunidade (PAC), tanto em crianças quanto em adultos. Essa infecção grave prejudica a capacidade dos pulmões de realizar a troca de gases, podendo resultar no acúmulo de líquido ou pus na cavidade pleural — o espaço entre as membranas que revestem os pulmões (pleura visceral) e a parede torácica (pleura parietal). Esse acúmulo pode levar ao desenvolvimento de um derrame pleural, uma complicação potencialmente grave.


 

Dados Epidemiológicos


O Dia Mundial da Pneumonia foi estabelecido pela Stop Pneumonia Initiative em 2009, com a finalidade de sensibilizar a população sobre a relevância da prevenção dessa enfermidade, que permanece como a principal causa de óbitos em crianças menores de 5 anos – mais de 2.000 morrem diariamente em decorrência da pneumonia no mundo; as mais afetadas pertencem a comunidades rurais e carentes. As mais de 880.000 mortes infantis registradas em 2017 destacam a urgência de ampliar o acesso equitativo a cuidados, diagnósticos e tratamentos de qualidade.

Em 2019, a pneumonia foi responsável por 2,5 milhões de mortes em todo o mundo, incluindo 672 mil crianças. A combinação de fatores como a pandemia de COVID-19, mudanças climáticas e conflitos tem intensificado uma crise global de pneumonia, ampliando o risco de infecção e mortalidade para milhões de pessoas. Em 2021, o número total de mortes por infecções respiratórias, incluindo COVID-19, foi estimado em 6 milhões.


No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) registra anualmente mais de 600 mil internações relacionadas à Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) e ao vírus da Influenza.

Dados do Ministério da Saúde revelam que, entre janeiro e agosto de 2022, foram registradas 44.523 mortes por pneumonia, um aumento significativo em comparação com o mesmo período de 2021, quando ocorreram 31.027 óbitos.


A campanha promovida pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) destaca a importância de intensificar os cuidados com a pneumonia, especialmente em grupos nos extremos de idade, como crianças, idosos e pessoas com o sistema imunológico debilitado.


 

Classificação dos Tipos de Pneumonia:


  1. Pneumonia adquirida na comunidade (PAC): Desenvolvida fora de ambientes hospitalares ou instituições de saúde.

  2. Pneumonia associada aos cuidados de saúde: Surge durante ou após a permanência em locais como hospitais, clínicas de longa permanência ou centros de diálise.

  3. Pneumonia associada à ventilação mecânica: Ocorre em pacientes que utilizam ventiladores mecânicos para suporte respiratório.

  4. Pneumonia atípica: Causada por bactérias menos detectáveis em exames convencionais, como Chlamydia pneumoniae, Chlamydia psittaci, Legionella pneumophila e Mycoplasma pneumoniae. Apesar do termo "atípica", essas infecções são comuns.


 

Fatores de risco nas pneumonias adquiridas na comunidade (PAC):


  • Envelhecimento

  • Alcoolismo/cirrose hepática

  • Tabagismo/DPOC

  • Deficiência nutricional

  • Insuficiência cardíaca

  • Imunossupressão

  • Colonização da orofaringe

  • Fatores ambientais

  • Micro e macroaspiração


Sintomas:


  • Febre alta

  • Tosse persistente

  • Dor no tórax

  • Alterações na pressão arterial

  • Confusão mental

  • Mal-estar geral

  • Falta de ar ou dificuldade para respirar

  • Secreção de muco purulento, com coloração amarelada ou esverdeada

  • Toxemia (dano causado pelas toxinas no sangue)

  • Prostração (extrema fraqueza)

  • Calafrios

  • Respiração rápida ou dificuldade em respirar


 

Transmissão


A pneumonia pode ser transmitida por meio do ar, saliva, secreções, transfusões de sangue ou, durante o inverno, devido às variações abruptas de temperatura. Essas alterações afetam o funcionamento dos pelos nasais, que atuam na filtragem do ar inalado, aumentando a vulnerabilidade aos agentes causadores da doença.


 

Prevenção


A vacina pneumocócica é uma ferramenta eficaz para prevenir infecções graves causadas pelo Streptococcus pneumoniae, especialmente em indivíduos com sistema imunológico saudável.

Sua composição contém 23 tipos de polissacarídeos capsulares purificados, totalizando 25 microgramas de cada sorotipo em um volume de 0,5 ml, que pode ser administrado por via intramuscular ou subcutânea.

Essa vacina tem uma eficácia de aproximadamente 90% na proteção contra bacteremia e pneumonia pneumocócica em adultos jovens sem outras condições de saúde.

Embora seja aplicada apenas uma vez na maioria dos casos, algumas pessoas com alto risco de infecção grave podem necessitar de revacinação, desde que respeitado um intervalo mínimo de cinco anos, para evitar possíveis reações adversas.


Contraindicações:

  • Alergia aos componentes da vacina.

  • Infecções agudas ou doenças respiratórias.

  • Gravidez.

  • Crianças menores de dois anos (a resposta imunológica adequada ocorre apenas após essa idade).

A vacina pneumocócica está disponível em locais como Unidades Básicas de Saúde (UBS), centros de saúde, serviços especializados e clínicas privadas de vacinação, a vacina pneumocócica desempenha um papel essencial na proteção da saúde pública, prevenindo complicações graves e potencialmente fatais.


 

Tratamento


O diagnóstico da pneumonia é feito com base no exame clínico, ausculta pulmonar e radiografias do tórax.

A pneumonia bacteriana pode ser tratada com diferentes classes de antibióticos, dependendo do agente infeccioso e da gravidade da infecção. As principais classes de antibióticos utilizadas incluem:

  • Beta-lactâmicos

  • Macrolídeos



Referências Bibliográficas

 
 
 

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