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VACINAS

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Atualizado: 16 de mai. de 2022

  1. O que é Vacina?

A vacina é um medicamento que contém um antígeno, usado para estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos contra doenças infecciosas (ANSEL, POPOVICH & ALLEN, 2007).

  1. Como funcionam as vacinas?

As vacinas são formadas por agentes patógenos, vírus ou bactérias, atenuados ou mortos, que são introduzidos no organismo dos pacientes. As células do sistema imunológico, os leucócitos, comumente denominados de glóbulos brancos, presentes no sangue, apresentam-se basicamente em cinco tipos: neutrófilos, linfócitos, eosinófilos, basófilos, e os monócitos, são acionados para combater a doença. Especificamente, os linfócitos, que estão divididos em linfócitos B e linfócitos T, reconhecem o antígeno e produzem anticorpos, desenvolvendo uma memória imunológica no organismo, e serão responsáveis por desencadear uma resposta imune de forma rápida e intensa nos contatos futuros com o mesmo micro-organismo (Figura 1). Portanto, a vacinação é um meio de se adquirir imunidade ativa não contraindo uma doença infecciosa (CRUVINEL et al., 2010).

  1. História da Vacina

O termo vacina vem do latim “vaccinae” que significa “da vaca”, e é proveniente dos experimentos de Edward Jenner, um médico inglês, com a “varíola da vaca”. Ele foi um dos primeiros a fazer uso do método científico aplicado ao processo de vacinação e conseguiu mostrar que, quando um corpo saudável entra em contato com fluidos de mucosas de um paciente de alguma enfermidade (no caso de Jenner, a varíola), ele se torna parcial ou totalmente resistente àquela doença. Jenner realizou seus experimentos no século XVIII. Nesse período não se tinha conhecimentos básicos de Microbiologia ou qualquer estudo sobre a relação patógeno-hospedeiro. As doenças que acometiam à época eram tratadas com religião ou técnicas pseudocientíficas e sem um número significativo de evidências (Figura 2) (APS et al., 2018).

Contudo, quem recebeu os méritos pelo desenvolvimento da técnica foi Louis Pasteur, por volta do ano de 1885, com o desenvolvimento da vacina antirrábica. Posteriormente à descoberta de Pasteur seguiu-se uma pesquisa ampla e exaustiva de novas vacinas e, com o tempo houve o controle da disseminação de doenças como a poliomielite, a difteria, a coqueluche, o sarampo, a febre tifoide, a cólera, a peste bubônica, a tuberculose, a febre amarela, o tétano, o tifo, a hepatite e a rubéola entre outras doenças, nos países desenvolvidos (HOMA et al., 2011).

  1. Importância das Vacinas

Um dos grandes avanços da ciência foi à imunização em larga escala da população contra as doenças infecciosas, visando à prevenção e a erradicação. Desta forma, melhorando a qualidade e expectativa de vida de grande parte da população, e reduzindo a mortalidade infantil (SATO, 2015).

Há mais de 30 anos, no Brasil, foi criado o Programa Nacional de Imunizações (PNI), que é gerenciado pelo Ministério da Saúde (MS), e tem como finalidade erradicar ou manter sobre controle todas as doenças que podem ser erradicadas ou controladas com o uso de vacinas. O acesso às vacinas é o meio mais efetivo de reduzir e prevenir doenças infecciosas. A vacinação acarreta uma série de benefícios, tais como: diminuem o número de hospitalizações e a necessidade de tratamentos médicos, aumentam a produtividade, previnem os efeitos em longo prazo das doenças e reduzem a incidência de incapacitação permanente, reduz a mortandade infantil, de jovens, adultos ou idosos. Portanto, todos devem ser orientados e devem valorizar a importância de fazer uso das vacinas (SOUSA, VIGO & PALMEIRA, 2012; JUNIOR, 2013; SATO, 2015).

  1. Tipos de Vacinas

As vacinas podem ser classificadas em (Figura 3):

  1. Vivo-atenuadas: A atenuação é um processo pelo qual a virulência (patogenicidade) do agente infeccioso é reduzida de forma segura, para não causar a doença, mas ao mesmo tempo, é capaz de estimular a resposta imunológica. O agente patogênico é enfraquecido por meio de passagens por um hospedeiro não natural, ou por um meio que lhe seja desfavorável. Portanto, quando inoculado num indivíduo, multiplica-se sem causar doença, mas estimulando o sistema imunológico. Normalmente, estas vacinas são eficazes apenas com uma dose (com exceção das orais) (Schatzmayr, 2003).

  2. Exemplos de vacinais virais: febre amarela, sarampo, caxumba, pólio (Sabin), rubéola e varicela zoster (catapora).

  3. Exemplo de vacina bacteriana: BCG (tuberculose).

  4. Inativadas ou inertes

  5. Inteiras: o agente infeccioso é inativado e torna-se incapaz de se multiplicar, mas apresenta sua estrutura e seus componentes, preservando a capacidade de estimular o sistema imunológico (Schatzmayr, 2003).

  6. Exemplo de vacinas virais: pólio (Salk), raiva e hepatite A.

  7. Exemplo de vacinas bacterianas: coqueluche, febre tifoide, antraz e cólera.

2.2. Subunidades ou frações do agente infeccioso: neste tipo de vacina podem ser utilizadas partículas do agente infeccioso fracionadas, toxinas naturais com atividade anulada ou porções capsulares. A vantagem desta vacina é que são seguras, porém são necessárias 3 a 5 doses e reforços para induzir uma resposta imunológica adequada (Schatzmayr, 2003).

  1. Exemplo de vacinas bacterianas: difteria, tétano, meningite (meningococo) e pneumonia (pneumococo).

  2. Exemplo de vacina viral: influenza tipo B.

  3. Recombinantes: As vacinas são produzidas por recombinação genética, através da engenharia genética e técnicas de biologia molecular (Schatzmayr, 2003).

  4. Exemplo: hepatite B.

  5. Novidades em Vacinas: Os avanços da Biologia Molecular têm proporcionado novos campos em pesquisas, incluindo as novas fontes para a fabricação de vacinas como, por exemplo, a utilização de DNA de patógeno que funcionaria como um imunógeno, induzindo resposta imune no hospedeiro (Schatzmayr, 2003).

Figura 3: Tipos de vacinas. Fonte: http://lineu.icb.usp.br/~farmacia/ppt/vacinas_2013.pdf.

  1. Calendário Vacinal

O calendário vacinal foi proposto pelo Ministério da Saúde (MS) e criado com o objetivo de proteger a população (CARVALHO & FARIA, 2014). A Figura 4 mostra o calendário vacinal de crianças, adolescentes, adultos e idosos no Brasil, preconizado pela Sociedade Brasileira de Imunização.

Figura 4. Calendário vacinal de crianças, adolescentes, adultos e idosos. Fonte: http://filhinhosdamamae.com.br/calendario-de-vacinacao-todas-as-vacinas-em-uma-so-tabela/

Referências

  1. Ansel, H. C.; Popovich, N. G., Allen JR. L. V. Farmacotécnica: formas farmacêuticas e sistemas de liberação de fármacos. 7.ed. São Paulo: Premier, 2007.

  2. Cruvinel, W. M.; Júnior, D. M.; Araújo, J. A P.; Catelan, T. T. T.; Souza, A. W. S.; Silva, N. P.; Andrade, L. E. C. Sistema Imunitário Parte I – Fundamentos da imunidade inata com ênfase nos mecanismos moleculares e celulares da resposta inflamatória. Revista Brasileira de Reumatologia. 2010; 50 (4).

  3. Aps, L. R. M. M et al. Eventos adversos de vacinas e as consequências da não-vacinação: uma análise crítica. Revista de Saúde Pública. 2018; 52-40.

  4. Sousa, C. J.; Vigo, Z. L.; Palmeira, C. S. Compreensão dos pais acerca da importância da vacinação infantil. Revista de Enfermagem Contemporânea. 2012; 1: 44-58.

  5. Junior, J. B. S. 40 anos do Programa Nacional de Imunizações: uma conquista da Saúde Pública Brasileira. Epidemiologia e Serviços de Saúde. 2013; 22 (1): 7-8.

  6. Homma, A.; Martins, R. M.; Leal, M. L. F.; Freire, M. S.; Couto, A. R. Atualização em vacinas, imunizações e inovação tecnológica. Ciência e Saúde Coletiva. 2010; 16 (2): 455-458.

  7. Sato, A. P. S. Programa Nacional de Imunização: Sistema Informatizado como opção a novos desafios. Revista de Saúde Pública. 2015; 49: 39.

  8. Schatzmayr, H. G. Novas perspectivas em vacinas virais. História, Ciências, Saúde Manguinhos. 2003; 10 (suplemento 2): 655-69.

  9. Carvalho, A. P.; Faria, S. M. Artigo de revisão: Vacinação da criança e do adolescente. Residência Pediátrica. 2014; 4 (3).

Por: Profa Dra Mariana Sato Monteiro Bustamante- Faculdade de Farmácia- UFRJ

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