Uma das vias de administração de medicamentos mais comum é a oral. Envolvendo a ingestão dos fármacos pela boca, geralmente na forma de comprimidos, cápsulas, líquidos ou suspensões.
A maior vantagem da administração oral é a facilidade de administração, sendo simples e não invasiva, permitindo uma maior comodidade à maioria dos pacientes, uma vez que pode ser feita em casa, reduzindo a necessidade de visitas frequentes ao hospital. Outra vantagem, é a variedade de formato, o que possibilita uma flexibilidade na escolha da formulação. Devido a isso, ocorre uma maior adesão ao tratamento pela maioria dos pacientes.
No entanto, outras vias de administração são necessárias em alguns casos em que, por exemplo:
- A pessoas não pode ingerir nada pela boca;
- Quando o medicamento deve ser administrado rapidamente ou em uma dose mais elevada;
- Quando o medicamento pode irritar o trato digestivo do paciente.
Nesses casos, a via por injeção pode ser utilizada. Ela se subdivide em 4 tipos principais:
Subcutânea: Inserindo a agulha no tecido adiposo abaixo da pele, levando o medicamento aos pequenos vasos sanguíneos.
Intramuscular: Preferível em maiores quantidades de fármacos. Os músculos estão logo abaixo do tecido adiposo e normalmente utiliza-se agulhas mais longas injetando principalmente nos braços, coxas e glúteos.
Intravenosa: Está via administra o medicamento diretamente na veia e é uma opção de disponibilizar uma dose precisa para o todo o corpo de forma rápida e controlada.
Intratecal: Agulha é inserida entre duas vértebras na parte inferior da coluna vertebral. Nesse caso, o medicamento é inserido diretamente no canal medular, utilizado quando é necessário que produza um efeito rápido ou local no cérebro, por isso normalmente o uso é para administração de anestésicos.
Alguns fármacos são administrados por injeção por várias razões importantes, relacionadas principalmente à eficácia do tratamento e à natureza do medicamento. As principais razões levam em conta:
Absorção: Muitos medicamentos são degradados pelos ácidos e enzimas digestivos quando ingeridos oralmente, o que reduz sua eficácia. A administração por injeção permite que o medicamento seja liberado diretamente na corrente sanguínea, evitando o sistema digestivo e garantindo que uma quantidade maior do fármaco atinja o local de ação desejado.
Início Rápido de Ação: Em emergências ou quando é necessário um efeito rápido, as injeções são preferidas porque o medicamento começa a agir quase imediatamente após a administração. Isso é crucial em condições como reações alérgicas graves, ataques de asma, ou dor intensa. Isso porque, em injetáveis o princípio ativo já está solubilizado e pode começar a fazer efeito mais precocemente.
Dose Precisa: As injeções permitem um controle muito preciso sobre a dose do medicamento administrado, o que é especialmente importante para medicamentos potentes, onde excessos podem ser perigosos.
Localização Específica: Alguns tratamentos requerem que o medicamento seja entregue a uma área específica do corpo, como injeções intra-articulares em um joelho afetado por artrite, ou epidurais na coluna vertebral para alívio da dor. A administração por injeção é a melhor maneira de direcionar essas áreas especificamente.
Armazenamento e distribuição ao paciente: Segundo alguns estudos, a identificação apropriada dos medicamentos na farmácia hospitalar, onde é muito comum a dispensação de injetáveis, com o registro dos pacientes é uma importante estratégia de segurança. O sistema de dispensação individual é recomendável quando comparado com o coletivo, pois evita o acondicionamento inadequado dos medicamentos, diminui as oportunidades de erros evitando a disponibilidade e variedade de medicamentos nas unidades. Cerca de 51% dos medicamentos prescritos foram injetáveis.
Efeitos colaterais: A administração excessiva de uma dose por injeção pode levar a uma variedade de efeitos tóxicos e reações adversas, que variam de acordo com a substância administrada. Quando uma dose maior do que a prescrita é administrada, pode ocorrer uma sobre dosagem. Os sintomas dependem da medicação, mas podem incluir náuseas, vômitos, tonturas, fraqueza, confusão, convulsões, arritmias cardíacas e, em casos graves, coma ou morte. Pelo potencial em apresentar consequências graves, exige um conhecimento profundo dos efeitos específicos do medicamento, um monitoramento cuidadoso e intervenções rápidas para minimizar danos ao paciente.
ATENÇÃO: É necessário entender que existe uma pesquisa por trás do desenvolvimento de remédios e que sua variação quanto a via de administração, depende do tempo de efeito e do tipo de fármaco. Além dos diversos fatores como: são equipes multidisciplinares que vão trabalhar para esse desenvolvimento, a parte de estabilidade química, a toxicológica, conhecimento farmacológico, conhecimento físico-químico, para que se consiga desenvolver uma medicação.
Artigo de Danielle Pessioni, aluna de biomedicina da UFRJ.
Referências:
"Tratamentos processuais para osteoartrite do joelho: uma revisão das terapias injetáveis atuais", Pain Research and Management , vol. 2020.
Jornal USP -remedios-orais-e-remedios-injetaveis-sao-absorvidos-da-mesma-forma-pelo-organismo.
“Use of safety strategies to identify children for drug administration”. 2014. Universidade Federal de Santa Catarina.
Blog Drazio Varella
Blog PUC Goiás
Manual Merk – Diagnóstico e Tratamento
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