A osteoporose, uma condição muito comum que resulta num aumento significativo no risco de fraturas, caracterizada pela baixa densidade óssea e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo.
A Organização Mundial da Saúde definiu a osteoporose como uma condição em que a densidade mineral óssea atinge níveis críticos, comprometendo a resistência e integridade estrutural dos ossos.
Fraturas em áreas sensíveis como quadril, vertebrais e punho são frequentemente associadas a osteoporose.
As consequências das fraturas osteoporóticas vão além da simples quebra de ossos, estendendo-se para um impacto significativo na saúde e qualidade de vida. As fraturas de quadril, em particular, têm sido vinculadas a uma taxa de mortalidade alarmante, estimada em cerca de 20% em idosos que experimentam essa condição.
Múltiplas fraturas vertebrais podem resultar em dor lombar aguda e crônica, acompanhada por limitação progressiva da atividade física e cifose (perda de altura provocada pela curvatura anormal da coluna vertebral).
Essa sequência de eventos não se limita apenas ao aspecto físico, pois a perda das capacidades funcionais pode resultar em depressão devido à restrição das atividades diárias e à perda de independência. A baixa autoestima pode surgir como uma resposta psicológica a essas mudanças, impactando ainda mais a saúde mental. Além disso, a dor persistente e o medo de criar fraturas, podem gerar um estado de ansiedade significativo.
FATORES DE RISCO
A idade e o sexo podem influenciar na incidência da doença. Há incidência maior da doença em mulheres, com maior frequência em pessoas brancas de 50 a 59 anos (4%) e mulheres com 80 anos ou mais (52%)
A osteoporose tem relação direta com envelhecimento, sendo uma perda maior dos tecidos ósseos nas mulheres após a menopausa. Isso acontece pela diminuição da produção do estrogênio (hormônio que ajuda a fixação do cálcio no osso).
O homem consegue se proteger mais ou menos até os 70 anos, isso porque a testosterona pode proteger até essa idade.
O tabagismo representa um fator significativo na deterioração da saúde óssea, pois o cigarro contribui ativamente para a destruição das células responsáveis pela renovação do osso.
Esta relação adversa é agravada pela carência de nutrientes essenciais, como cálcio e vitamina D, fundamentais para a manutenção da saúde óssea.
Diagnóstico e investigação da osteoporose
Nos estágios iniciais da doença não há sintomas. No entanto, à medida que os ossos vão se tornando mais frágeis os sintomas vão aparecendo:
1) Fratura (Inicialmente sem grandes traumas)
2) Dor crônica nas costas
3) Perda de estatura
Nas mulheres a perda óssea começa logo antes da menopausa já em meados dos 30 anos.
A massa óssea é um dos principais determinantes da resistência dos ossos, sendo determinante para a integridade estrutural do esqueleto. À medida que a densidade óssea diminui, os ossos tornam-se mais frágeis, aumentando a probabilidade de fraturas.
Compreender essa associação é crucial para a gestão eficaz da saúde óssea, permitindo a implementação de medidas preventivas e intervencionais para preservar a resistência e evitar complicações relacionadas à diminuição da densidade óssea.
O método mais usado para avaliar a densidade mineral óssea é a varredura DXA, que usa raios X de dupla energia que são emitidos para o corpo do paciente. Apesar de eficaz, o equipamento é caro e envolve alta exposição à radiação.
Uma alternativa é a velocidade ultrassônica de banda larga, mais acessível e sem radiação, mas ainda não é capaz de diagnosticar a osteoporose definida pela Organização Mundial da Saúde, sendo mais utilizada em pesquisas
Apesar das vantagens de custo e ausência de radiação, a varredura DXA permanece o método preferido na prática clínica devido à sua capacidade de diagnóstico estabelecida.
Prevenção
É muito importante o uso de estratégias preventivas e de gerenciamento para mitigar os riscos associados a essa doença óssea.
O objetivo da prevenção e tratamento da osteoporose é prevenir a ocorrência de futuras fraturas. Algumas medidas essenciais incluem:
- Mudanças no estilo de vida: adotar um estilo de vida saudável é fundamental. Isso envolve escolhas conscientes, como evitar o sedentarismo, manter um peso saudável e evitar comportamentos de risco.
- Melhorar Nutrição: incluir alimentos ricos em cálcio na dieta é crucial para fortalecer os ossos. Derivados de Leite e vegetais de folhas verdes escuras são fontes excelentes desse mineral essencial.
- Exposição ao sol: por cerca de 15 minutos ao dia sem protetor solar, é uma maneira eficaz de estimular a produção de vitamina D, essencial para a absorção de cálcio.
- Atividade física: maximizar a atividade física, incluindo exercícios de fortalecimento muscular e atividades de impacto moderado, contribui para a saúde óssea e a prevenção da perda de massa óssea.
- Redução de Hábitos Nocivos: reduzir o tabagismo e limitar o consumo excessivo de álcool são passos importantes, uma vez que esses hábitos contribuem negativamente para a saúde óssea.
Além disso, para reduzir a queda de idosos algumas medidas podem ser tomadas como: Evitar tapetes soltos, melhorar iluminação, evitar medicamentos sedativos, corrigir deficiências de visão e audição.
Prevenir é fundamental, e a busca por cuidados médicos não deve aguardar o surgimento da doença. Recomenda-se a realização de exames preventivos, especialmente em mulheres com mais de 40 anos e homens acima de 65 anos. Contudo, se houver fatores de risco presentes, é aconselhável procurar assistência médica mesmo antes dessas idades recomendadas. Agir proativamente pode contribuir significativamente para a detecção precoce e a implementação de medidas preventivas, promovendo assim uma saúde mais robusta e um manejo mais eficaz de potenciais condições de risco.
Vários especialistas médicos que podem realizar análises relacionadas à saúde óssea, especialmente em termos de prevenção e diagnóstico precoce de condições como osteoporose. Alguns desses especialistas incluem:
- Reumatologista: especializado em doenças que afetam as articulações, ossos e tecidos conjuntivos, o reumatologista é qualificado para avaliar a saúde óssea.
- Geriatra: médicos geriatras focam no cuidado de idosos e são capacitados para abordar questões relacionadas à saúde óssea em pessoas mais velhas.
- Ginecologista: especialmente em mulheres, os ginecologistas podem desempenhar um papel importante na avaliação da saúde óssea, especialmente durante a menopausa, quando há mudanças hormonais que afetam a densidade óssea.
- Ortopedista: especializado em questões musculoesqueléticas, os ortopedistas podem diagnosticar e tratar condições ósseas, incluindo a osteoporose.
Tratamentos
Existem diversas opções de tratamento para condições relacionadas à saúde óssea, como a osteoporose. Alguns dos tratamentos comuns incluem:
- Bifosfonatos: estes medicamentos estimulam a atividade osteoblástica, ajudando a fortalecer os ossos e a prevenir a perda de densidade mineral óssea.
- Terapia de reposição hormonal: especialmente utilizada em mulheres na menopausa, a reposição hormonal pode ajudar a manter a densidade óssea, uma vez que as mudanças hormonais nessa fase podem contribuir para a perda de massa óssea.
- Suplementos de Cálcio e vitamina D: a ingestão adequada de cálcio e vitamina D é essencial para a saúde óssea. Suplementos podem ser recomendados para garantir uma nutrição adequada.
- Fisioterapia: exercícios específicos, prescritos por fisioterapeutas, podem ajudar a fortalecer os músculos ao redor dos ossos, melhorando a estabilidade e reduzindo o risco de quedas.
- Terapia de suporte: isso pode incluir tratamentos adicionais, como terapias ocupacionais, adaptações no ambiente doméstico para prevenir quedas, e outras intervenções que visam a melhoria da qualidade de vida e a prevenção de complicações.
Escrito por: Danielle Pessioni, aluna de Biomedicina da UFRJ.
Referências Bibliográficas
SCIELO Scientific Electronic Library Online. Documento eletrônico. Disponível em< https://www.scielo.br/j/aob/a/9rxtzXm645kMwQkfCpDZXmr> Acesso em 26 de dezembro de 2023.
BSV Atenção primária em saúde. Documento eletrônico. Disponível em < https://aps-repo.bvs.br/aps/o-que-sao-bifosfonatos-e-qual-sua-aplicabilidade-na-odontologia> Acesso em 25 de dezembro de 2023
C Christodolou, C Cooper. What is the ospeorosis?. PudMedCentral. 2003 Mar, PMC1742639. PMID: 12697910
CLINOSON Diagnóstico Por Imagem. Documento eletrônico. Disponível em < https://www.clinoson.com.br/exames-de-imagem/avaliacao-da-composicao-corporal-dxa> Acesso em 26 de dezembro de 2023.
留言