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OSTEOPOROSE

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Atualizado: 1 de jun. de 2022

CONCEITO

A osteoporose é uma doença que aumenta a fragilidade dos ossos, e os indivíduos acometidos pela doença perdem gradualmente a massa óssea [1]. É caracterizada pela redução da massa óssea e deterioração da arquitetura dos ossos [4]. Dessa forma, os ossos enfraquecem e ficam frágeis, e com o risco fraturas (Figura 1) [1, 2].

A doença é assintomática até que ocorra uma fratura, que a partir desse momento já é considerado um caso grave [1, 3].

O ser humano tem seus ossos em desenvolvimento desde seu nascimento até alguns anos depois do seu crescimento completo. Quando chega no pico de massa óssea a tendência é ocorrer uma perda de matriz óssea. Sendo esse pico diferente dependendo da pessoa, portanto alguns perdem mais que outros, e, portanto, correm um risco maior de ter fratura por osteoporose quando mais velho. A fisiopatologia da osteoporose caraterizada pela baixa atividade osteoclástica, seguida da diminuição do índice de deposição óssea.

Normalmente acomete ossos do tipo trabeculado, que são mais porosos, e são encontrados em áreas como vértebras, pélvis, extremidades de ossos longos, entre outros [7].

Figura 1: Osso Normal versus Osso Osteoporótico. Fonte: International Osgteoporosis Foundation.

CLASSIFICAÇÃO


A osteoporose pode ser primária ou secundária, sendo ainda a primária dividida em tipo I e II. O tipo I ocorre após a menopausa, e geralmente acomete o osso trabecular. O tipo II está relacionado ao envelhecimento, devido à perda da produção de cálcio conforme a idade. Já a secundária, ocorre devido a processos inflamatórios [3].


GRUPOS DE RISCO


Essa doença é a principal causa de morbidade e mortalidade em idosos, sendo o grupo de maior risco [2]. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres após a menopausa têm maiores chances e são as mais atingidas pela doença [3].


SINTOMAS

A osteoporose geralmente não apresenta sintomas, a pessoa só percebe quando ocorre alguma fratura. Normalmente, as pessoas se queixam de dor na região lombar e sofrem espasmos musculares [3]. Quando os sintomas da osteoporose aparecem, é indicação de que a doença já atingiu níveis mais elevados. Além das fraturas, também pode ocorrer dor crônica, depressão, deformidade e aumento do risco de morte [8]. As fraturas mais frequentes ocorrem no punho, fêmur ou quadril, vértebras (na coluna).


FATORES DE RISCO

Os fatores de risco incluem principalmente as mulheres, de etnia branca ou asiática, com histórico familiar de osteoporose, menopausa precoce, redução da função ovariana, alto consumo de cafeína, uma baixa ingestão de cálcio, sedentarismo, exagero no consumo de álcool e tabagismo [9].


DIAGNÓSTICO

O diagnóstico é feito analisando tanto a presença de fraturas, quanto a medida da densidade mineral óssea (DMO). Para ser classificado como osteoporose, a DMO tem que estar igual ou abaixo de 2,5 desvios padrão do pico de massa óssea encontrada no adulto jovem [8].

É indicado fazer a medida da densidade mineral óssea (DMO), caso a pessoa se enquadre nos seguintes casos:

  1. Mulheres, a partir dos 65 anos, e homens a partir dos 70 anos.

  2. Mulheres após a menopausa, e homens a partir dos 50 anos, que apresentem fatores de risco para fratura.

  3. Mulheres na perimenopausa com fatores de risco para fratura.

  4. Adultos que sofrem com baixa massa óssea ou perda óssea, seja devido ao uso de glicocorticóides, por artrite reumatóide ou devido a outro fator.

O Fracture Risk Assessment Tool (FRAX) foi desenvolvido pela OMS com o objetivo de calcular a probabilidade de ocorrer fraturas nos próximos 10 anos com base em diversos fatores de risco, como: idade, sexo, altura, peso, histórico de fratura, uso de glicocorticoides, entre outros [8].


TRATAMENTO


É indicado para indivíduos que tem chances de desenvolver osteoporose, que já apresentem baixa densidade mineral óssea ou fraturas, para reduzir o risco de fraturas [8].

A melhor forma de tratar a osteoporose é se prevenindo, e a prevenção deve ser realizada principalmente em crianças e adolescentes, e também em adultos jovens que estão em fase de formação de massa óssea. Deve haver uma boa nutrição, prática de exercícios físicos e um consumo adequado de cálcio e vitamina D [1].

Além disso, o tratamento deve ser feito em indivíduos que já possuam a doença, com o objetivo de evitar que futuras fraturas ocorram. Pode ser dividido em tratamento medicamentoso e não medicamentoso.


  1. TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO

Consiste em praticar exercícios físicos, a força do músculo sobre os ossos acaba aumentando a densidade mineral óssea e evita com que ocorra diminuição da força muscular e aumente a resistência, com o objetivo de diminuir as chances de ocorrer quedas.

Exemplos de exercícios para fortalecimento são: caminhada, dança, subida de escadas, entre outros. Sempre levando em conta que um profissional deve ser consultado. Tabagismo e álcool também devem ser evitados.


2. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO


O cálcio e a vitamina D são os componentes mais importantes presentes nos ossos, devido a isso a suplementação de ambos é muito importante para a prevenção de faturas, recomendando-se consumir 1200-1500 mg de cálcio por dia [8].

O cálcio e a Vitamina D atuam em conjunto, um dependendo do outro, pois a Vitamina D é importante para absorção do cálcio e este auxilia na manutenção e formação dos ossos, além de atuar nas batidas do coração e nos nervos [10].

A vitamina D além de influenciar nos ossos, também possui influência nos músculos, devendo ser consumido cerca de 800 a 1000 UI por dia [8]. A vitamina D pode ser absorvida pelo sol antes das 10 h ou após as 16 h e também através de alimentos, como: cereais, ovos, peixe, fígado, ou através de medicamentos/suplementos contendo Vitamina D [8].


MEDICAMENTOS PARA TRATAR A OSTEOPOROSE


Tem-se os bisfosfonatos, que são compostos orgânicos sintéticos análogos do pirofosfato, sendo dominados como agentes antirreabsortivos por inibirem a reabsorção óssea [6], e eficazes contra fraturas, diminuindo a sua ocorrência nos primeiros meses do tratamento. Esses medicamentos são os mais indicados para tratar a osteoporose em muitos países, e considerados a primeira escolha [4, 5]. Entre eles, temos ácido zoledrônico, risedronato ibandronato e zoledrônico (Figura 2).

O alendronato foi o primeiro bisfosfonato aprovado, e seu tratamento é realizado por via oral, uma vez ao dia. Já os outros tem intervalos mais variados, como o risedronato que também é uma medicação oral, porém que pode ser administrada diariamente, semanalmente, ou mensalmente, em doses variadas dependendo da prescrição médica.

O ácido zoledrônico é uma medicação mais nova, e diferente dos outros, é administrado uma vez ao ano por via endovenosa [4].


Figura 2: Bisfosfonatos usados no tratamento da osteoporose.

Estudos mostraram que os bisfosfonatos podem causar hipocalcemia, por isso recomenda-se a sua administração junto com a ingestão de cálcio [4].

O tratamento de segunda escolha inclui: o raloxifeno, estrógenos conjugados ou calcitonina [5].

O raloxifeno é utilizado para tratamento de mulheres com osteoporose pós menopausa, e na prevenção de fraturas vertebrais, porém não de quadril [5].

Os estrógenos conjugados são uma alternativa de tratamento para pacientes que apresentam sintomas vasomotores associados a doença, e útil para reduzir a ocorrência de fraturas de quadril, vertebrais e não vertebrais [5]. Pode ser administrados por via oral, percutânea e transdérmica [6].

A calcitonina é a forma endógena do hormônio no receptor de calcitonina, diminui a atividade dos osteoclastos e inibe a reabsorção óssea, podendo ser administrada por via intramuscular, subcutânea ou intranasal. Ela aumenta a densidade mineral óssea (DMO) reduzindo as chances de ocorrer fraturas vertebrais. É uma alternativa para pacientes que não se adequaram aos bisfosfonatos, estrógenos conjugados e raloxifeno [4, 5, 6].

A teriparatida estimula a formação óssea, aumentando a força óssea devido ao tecido novo, aumentando a formação de osteoblastos e diminuindo a sua apoptose [6]. É utilizada no máximo por 18 meses, pela falta de segurança do medicamento a longo prazo e por ser um medicamento caro utilizada principalmente em casos graves [5, 6].

Novos agentes estão em estudo clínico e tem possibilidade de chegar ao mercado, como os inibidores da catepsina K e os da Scr quinase, e outros ainda se encontram em desenvolvimento farmacológico e podem emergir para estudos clínicos futuramente [4].

REFERÊNCIAS

  1. Guarniero, Roberto; Oliveira, Lindomar G. OSTEOPOROSE: ATUALIZAÇÃO NO DIAGNÓSTICO E PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA O TRATAMENTO. Rev Bras Ortop. 2004;39(9):

  2. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas. OSTEOPOROSE. Portaria SAS/MS nº 451, 2014.

  3. Gali, Julio Cesar. Osteoporose. ACTA ORTOP BRAS 9(2) – ABR/JUN, 2001

  4. Khajuria, Deepak K.; Razdan, Rema; Mahapatra, Roy. Medicamentos para o tratamento da osteoporose: revisão. Rev. Bras. Reumatol. vol.51 no.4 São Paulo July/Aug. 2011.

  5. Magalhães J., Helvécio M. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas. Ministério da Saúde. PORTARIA Nº 224, DE 26 DE MARÇO DE 2014

  6. Mata, Priscila R.; Martins, Paulo A.; Brito, Leonardo G.; Ramos, Monique M. P.; Santos J., Manoelito C. Tratamento farmacológico para a osteoporose. Departamento de Saúde, Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), BA, Brasil.

  7. Lautert, Liana; Almeida, Miriam A.; Araújo, Valéria G.; Francisco, Carmem M. C. OSTEOPOROSE: A EPIDEMIA SILENCIOSA QUE DEVE SE TORNAR PÚBLICA. R. bras. Enferm. Brasília, v. 48, n. 2, p. 161-167, abr./jun. 1995.

  8. Buksman, Salo; Ferreira, Maria A. P.; Krug, Bárbara C.; Gonçalves, Candice B. T.; Amaral, Karine M.; Xavier, Luciana C.; Ronsoni, R. M.; Schneiders, Roberto E. Osteoporose. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas, 2014.

  9. Faisal-Cury, Alexandre; Zacchello, Kátia P. Osteoporose: prevalência e fatores de risco em mulheres de clínica privada maiores de 49 anos de idade. Acta ortop. bras. vol.15 no.3, 2007.

  10. Fernandes, César E.; Menezes F., Hamilton; Machado, Luiza; Castro, Marise L. SAÚDE DOS OSSOS Saúde Óssea da Infância à Terceira Idade. Saúde Brasil, 2012.

  11. Silva, Patrícia C. G. F. OSTEOCLASTO: ASPECTOS MORFOFUNCIONAIS E ALVOS TERAPÊUTICOS. Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, 2013.

Por Letícia Dayane, Graduanda em Farmácia pela UFRJ.

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