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Maconha: Remédio ou Veneno

siteconscienciaufr

Atualizado: 16 de mai. de 2022

História:

Os primeiros usos de maconha são datados de milhares de anos antes de cristo, um imperador chinês chamado Fu Hsi já naquela época considerava a cannabis uma droga. Até os anos 100 depois de cristo a china tinha descoberto mais de 100 usos medicinais da cannabis.

Na Índia, a maconha era utilizada, principalmente, em uma mistura com leite e algumas especiarias, ela tinha diversos usos, o principal era de analgésico, em casos que era usada em rituais religiosos, se achava que a maconha poderia prolongar a vida. Essa droga é profundamente conectada com a deusa Shiva da cultura indiana, transformando o processo de ingerir a maconha algo espiritual.

Diversas outras civilizações também usavam a cannabis, como os egípcios, os gregos e os romanos.

-Os tratamentos mais comuns usados antigamente eram para algumas ou todas essas situações:

-Dores Menstruais (Cólica)

-Convulsões

-Dores nas articulações

-Espasmos musculares

-Insônia

-No parto, para estimular contrações

Composição:

O cannabis é composto de mais de 400 componentes psicoativos, incluindo o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD).

-THC: 

Figura 2: Fórmula do THC. Fonte: Hypescience. https://hypescience.com/estudo-thc-tem-mais-beneficios-para-a-saude-do-que-pensavamos/ Acesso: 11/01/2020

O tetrahidrocanabidiol é responsável pelos efeitos normalmente associados à maconha, como:

-Dificuldades de concentração

-Distúrbios na memória de curto prazo

-Dificuldades de atenção

-Sensação de bem-estar

-Sonolência

-Aumento do apetite

-Taquicardia

-Hipossalivação e secura da boca

-Relaxamento muscular

-Ansiedade

-Danos na memória, como disturbios de memória em curto prazo

-Canabidiol: 

Figura 3: Fórmula do Canabidiol. Fonte: Medscape https://portugues.medscape.com/verartigo/6503767 Acesso: 11/10/2020

O CBD, por outro lado, não induz euforia ou intoxicação, é um canabinóide que é usado em pesquisas e em tratamentos para diversos sintomas, como:

-Convulsões: especialmente em pacientes com epilepsia.

-Doenças neurodegenerativas: mal de Parkinson e mal de Alzheimer.

-Câncer: auxilia o paciente a lidar com dores e náusea do tratamento. Ainda foi descoberto recentemente que ele pode ter propriedades anti-metastáticas, impedindo que o tumor se reproduza e infeste outras partes do corpo.

-Psicose, desilusões e alucinações: foi já confirmado que o canabidiol pode ajudar com problemas relacionados à psique em geral, mas no caso da esquizofrenia ele se fez extremamente útil.

-Ansiedade: em casos de estresse, ansiedade ou estresse pós-traumático, tem sido efetivo o tratamento acompanhado de um tratamento com um psicólogo.

-Vícios em drogas: alguns estudos sugerem que o CBD pode ajudar um paciente a superar vícios em heroína, morfina ou até maconha mesmo.

Figura 4: Folha de maconha e óleo extraído da folha. Fonte: O Tempo. https://www.otempo.com.br/interessa/anvisa-libera-venda-de-maconha-medicinal-nas-farmacias-do-pais-1.2269383 Acesso: 11/01/2020

-Atualmente:

Existe um estigma ao redor da ideia de usar um composto presente na cannabis no tratamento de pacientes, apesar de em alguns casos ser exatamente o que o paciente precisaria. Porém, esse preconceito é baseado na presunção falsa que no composto usado no tratamento estão contidas características do THC.

Essa droga pode proporcionar um novo tratamento para as doenças citadas e muitas mais, logo, é importante avaliar se ele é um tratamento válido, podendo assim, depois de uma análise completa, proporcionar aos pacientes que precisam de mais opções.

-Felipe Heck, Graduando em Farmácia UFRJ

Referências:

-Teefy, J., Blom, J., Woolfrey, K., Riggan, M., & Yan, J. (2019). LO28: Emergency department gastrointestinal presentations related to marijuana ingestion: A single centre retrospective study. CJEM, 21(S1), S17-S17. doi:10.1017/cem.2019.71

-Nelson, S., Van Ryzin, M., & Dishion, T. (2015). Alcohol, marijuana, and tobacco use trajectories from age 12 to 24 years: Demographic correlates and young adult substance use problems. Development and Psychopathology, 27(1), 253-277. doi:10.1017/S0954579414000650

-Massot Tarrus, A., Martinez Lizana, E., & McLachlan, R. (2015). Marijuana use in intractable epilepsy. Canadian Journal of Neurological Sciences / Journal Canadien Des Sciences Neurologiques, 42(S1), S27-S27. doi:10.1017/cjn.2015.131

-Ladino, L., Hernández-Ronquillo, L., & Téllez-Zenteno, J. (2014). Medicinal Marijuana for Epilepsy: A Case Series Study. Canadian Journal of Neurological Sciences / Journal Canadien Des Sciences Neurologiques, 41(6), 753-758. doi:10.1017/cjn.2014.37

-Glattstein, B., & Gorski, A. (2001). Marijuana Identification: A Test for Calcium in Cystolithic Hairs. Microscopy Today, 9(4), 16-16. doi:10.1017/S155192950005728X

-Hill, K. (2015). Marijuana: The Unbiased Truth about the World’s Most Popular Weed. Hazelden Publishing. Center City, MN.

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