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Janeiro Branco

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Atualizado: 16 de mai. de 2022

A campanha do Janeiro Branco (Figura 1) é uma iniciativa brasileira para chamar a atenção da população para a questão da saúde mental no país. Ela foi inspirada em outros meses de conscientização, como o Outubro Rosa e o Dezembro Laranja, e, mesmo que seja uma campanha pequena que começou em 2014, ganhou nos últimos meses mais divulgação nas grandes mídias, aparecendo em programas na televisão aberta.

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Figura 1: Símbolo e slogan da campanha. Fonte: IConnect. https://iconnectgyn.com/janeiro-branco-quem-cuida-da-mente-cuida-da-vida/ Acesso: 28/12/2019

Os idealizadores dessa campanha falam que foi muito importante estabelecer esse projeto para o mês de janeiro. Principalmente porque é um momento de recomeço, e é um ótimo momento para começar a cuidar da sua saúde, especialmente a saúde mental. Espera-se que, desse jeito, mais pessoas sejam estimuladas a seguir um tratamento psicológico.

Saúde mental no Brasil

O Brasil é um dos países líderes em ansiedade e depressão. No final de 2018 a Organização Mundial da Saúde (OMS) produziu um estudo que demonstrou que 4,4% da população mundial tinham ou já tiveram depressão. No Brasil, o número aumenta para 5,8% da população e, sobre a ansiedade o problema é ainda maior, 9,3% dos brasileiros é ou está ansioso, o que o posiciona como o país mais ansioso da América Latina. (Fonte: R7 https://noticias.r7.com/saude/dia-da-saude-mental-brasil-lidera-rankings-de-depressao-e-ansiedade-10102019 Acesso 28/12/2019)

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Figura 2: Palavras comuns no estudo da saúde mental. Fonte: Ministério da Saúde. http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/saude-mental Acesso: 30/12/2019

Isso nem conta outras doenças e síndromes que atingem boa parte da população, como síndrome de burnout, transtorno bipolar, transtorno obsessivo compulsivo.

Doenças mentais comuns no Brasil

1-Ansiedade:

Figura 3: Pessoa ansiosa. Fonte: Zenklub. https://zenklub.com.br/ansiedade/ Acesso: 28/12/2019

Casos ocasionais fracos de ansiedade é uma parte da vida, mas pessoas que possuem ansiedade social crônica sofrem frequentemente com intensas, excessivas e persistentes crises de medo e ansiedade sobre situações enfrentadas diariamente. Alguns casos podem escalar à ataques de pânico, mas esse é um dos casos mais extremos, as crises mudam muito de acordo com o paciente e elas interferem diretamente com a vida social do paciente. Os sintomas de ansiedade se manifestam logo na infância, mas eles se agravam principalmente, na adolescência, porque é uma parte mais em que os conflitos sociais são mais recorrentes e o paciente ainda não sabe lidar com eles. Porém, diferentemente do senso comum, ansiedade não desaparece com o tempo, ela melhora com tratamento apenas.

A ansiedade pode apresentar esses sintomas:

-Se sentir nervoso/tenso

-Tentar de tudo para evitar situações possivelmente de hostilidade

-Batimento cardíaco acelerado

-Respiração rápida

-Suor em excesso

-Tremores

-Sentimento de cansaço em situações sociais

-Problemas de concentração durante uma crise

-Problemas para dormir

-Problemas de digestão

2- Depressão:

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Figura 4: Desenho de homem em estado depressivo. Fonte: UOL https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2018/07/10/depressao-sintomas-tratamento-tipos-e-relacao-com-suicidio.htm Acesso: 28/12/2019

Esse quadro clínico pode se apresentar em episódios ou apenas um episódio depressivo. Caso seja uma condição recorrente ela é classificada como depressão crônica. Episódios depressivos podem ser categorizados como leve, moderado ou grave, a depender da intensidade dos sintomas. É importante salientar que, em um episódio depressivo grave, é improvável que a pessoa afetada possa continuar com atividades sociais normalmente.

A depressão pode apresentar esses sintomas:

-Apatia

-Não saindo em eventos sociais

-Não sendo produtivo no trabalho, escola ou faculdade

-Dependendo de álcool ou outras drogas

-Falta de confiança

-Irritação

-Indecisão

-Tristeza

-Fadiga e cansaço

-Dores de cabeça e dores musculares

-Problemas de digestão

-Problemas para dormir e durante o sono

-Perda ou ganho significativo de peso

3- Esquizofrenia:

Figura 5: Mulher sofrendo de desilusões. Fonte: Hospital de Santa Mônica. https://hospitalsantamonica.com.br/saude-mental/esquizofrenia/ Acesso: 28/12/2019

Caracterizada por uma pessoa que interpreta a realidade de um jeito anormal, com alucinações, desilusões e pensamentos desordenados que podem ser comprometedores para a vida do paciente. O tratamento de esquizofrenia é feito durante a vida toda, mas se o tratamento começar na infância essa condição pode ser controlada.

A esquizofrenia pode apresentar esses sintomas:

-Alucinações: Alterações na visão da realidade, no qual o paciente vê coisas que não existem e nunca poderiam existir.

-Desilusões: Alterações na visão da realidade, no qual o paciente vê coisas que não existem, mas poderiam existir, porque são baseadas na realidade.

-Pensamento e fala desorganizadas.

-Movimentos e postura desorganizados ou anormal

Tratamento

Os tratamentos podem variar de doença para doença, mas elas possuem muito em comum. Todas possuem medicação apropriada para ajudar o paciente a controlar os sintomas. Outros tratamentos também ajudam em alguns casos, como meditação, yoga, exercícios físicos.

Porém, o tratamento que mais mostra melhora nessas condições é terapia, em casos de doenças mentais, somente a medicação apropriada não é suficiente, sessões com um profissional psicólogo são o guia para o tratamento enquanto que a medicação apenas é um apoio para o tratamento.

Leituras complementares

-Site Oficial da campanha Janeiro Branco: https://janeirobranco.com.br/

-Ted Talk (legendado) sobre esquizofrenia e como viver com o transtorno: https://youtu.be/xbagFzcyNiM

Por Felipe Hack, graduando em Farmácia, UFRJ

Referências:

– Maruta, T., & Matsumoto, C. (2019). Renaming schizophrenia. Epidemiology and Psychiatric Sciences, 28(3), 262-264. doi:10.1017/S2045796018000598

– Castle, D., & Bosanac, P. (2012). Depression and schizophrenia. Advances in Psychiatric Treatment, 18(4), 280-288. doi:10.1192/apt.bp.111.008961

– Rogers, R., Williams, M., & Wupperman, P. (2019). Diagnostic Interviews for Assessment of Mental Disorders in Clinical Practice. In C. Llewellyn, S. Ayers, C. McManus, S. Newman, K. Petrie, T. Revenson, et al. (Eds.), Cambridge Handbook of Psychology, Health and Medicine (Cambridge Handbooks in Psychology, pp. 179-183). Cambridge: Cambridge University Press.

– Tol, W. (2015). Stemming the tide: Promoting mental health and preventing mental disorders in low- and middle-income countries. Global Mental Health, 2, E11. doi:10.1017/gmh.2015.9

– Troisi, A. (2019). The biology of mental disorders: What are we talking about? Behavioral and Brain Sciences, 42, E29. doi:10.1017/S0140525X1800119X

– Ioannidis, J. (2019). Therapy and prevention for mental health: What if mental diseases are mostly not brain disorders? Behavioral and Brain Sciences, 42, E13. doi:10.1017/S0140525X1800105X

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