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GASTRITE

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Atualizado: 16 de mai. de 2022

O que é

A gastrite uma inflamação na mucosa do estômago, que pode ter a presença ou não da bactéria Helicobater Pylori (Didniel et al., 2012), é uma doença relativamente comum, devido principalmente as grandes quantidades de casos de infecções por Helicobacter pylori, podendo vir a desenvolver um câncer gástrico (Bockerstett et al., 2020).

Causas

Os fatores causadores do surgimento da gastrite podem ser relacionados com a presença da bactéria Helicobacter pylori (H. pylori), uma pré-disposição genética, ou fatores ambientais como a utilização de certos medicamentos, consumo de álcool, tabaco, alimentação inadequada e consumo rápido de alimentos. Há ainda relação com ansiedade e estresse, por serem doenças que podem aumentar a secreção ácida, piorando o quadro de gastrite (ANTUNES et al.; 2015).

A digestão se inicia na boca e a falta de tempo leva as pessoas a comerem rapidamente, não realizando a digestão corretamente. O fato de conversarem enquanto comem também é outro fator responsável pela má digestão, ocasionando, irritação da mucosa gástrica e o surgimento de gastrite.

A má higienização dos alimentos a responsável pelo aumento do risco de contágio com o H. pylori (DDNE et al., 2012). Embora, o H. pylori esteja presente na maioria dos casos, sendo considerado o principal causador da gastrite crônica, esse patógeno não é o principal desencadeador da gastrite em si, pois há outros fatores ambientais (DIAS et al., 2015).

Figura 2: Estômago, habitat natural da bactéria Helicobacter pylori. Fonte: https://www.igastroprocto.com.br/helicobacter-pylori-h-pylori/

Ainda sobre a relação entre a bactéria H. Pylori e a gastrite, não sabemos se é a causa da doença ou se seu aparecimento é uma consequência dela. O que se sabe é que H. pylori coloniza a mucosa do estômago induzindo ao surgimento da gastrite crônica e de úlceras gástricas e duodenais (DDNE et al., 2012). Podendo ser transmitida de pessoa para pessoa tanto por contaminação fecal/oral ou oral/oral, e também pela água contaminada (DDNE et al., 2012).

Outros fatores que contribuem para o quadro de gastrite incluem alimentos quentes e as bebidas alcóolicas que podem alterar a motilidade gástrica, aumentando a secreção ácida. O consumo de bebidas alcoólicas pode ainda provocar rompimento da barreira da mucosa gástrica (DDNE et al., 2012). A nicotina e os refrigerantes à base de cola causam refluxo gastroesofágico por diminuírem a pressão sob o esfíncter esofagiano inferior (DDNE et al., 2012).

Sintomas

Os pacientes podem ser assintomáticos ou apresentar sintomas como pirose, eructações, náuseas, diarreia, vômitos e dor abdominal (DDNE et al., 2012).

A maioria dos sintomas não apresentam nenhuma ligação com a presença da H. Pylori, entretanto, distensão abdominal e refluxo gastroesofágico está mais presente nos pacientes que possuem a bactéria (DDNE et al., 2012).

Diagnóstico

Para diagnóstico da doença é feito a endoscopia digestiva alta, que é um exame que consiste em inserir um tubo pela boca do paciente com o objetivo de visualizar o esôfago, estômago, duodeno, e caso for necessário, também é possível realizar biópsias da mucosa (SAKAE, 2012), podendo até mesmo ser realizado em bebês, tendo diferenças no exame da fase pediátrica para a adulta, tal como no uso do sedativo (SILVÉRIO, 2015).

Esse exame indicado pelo médico para pacientes com dor abdominal, vômitos, disfagia (ou seja, dificuldade para engolir) e odinofagia (ou seja, dor ao engolir) hemorragia digestiva alta, má absorção, diarreia crônica, entre outros, podendo inclusive ter fins terapêuticos (SAKAE, 2012).

Tratamento

No tratamento convencional utiliza-se o esquema tríplice, que são o inibidor da bomba de prótons (omeprazol ou lanzoprazol ou pantoprazol), junto com claritromicina, amoxicilina, observando-se 80% de chance de erradicar a bactéria com essa terapia medicamentosa (DIAS et al., 2015).

Os medicamentos mais utilizados pelos pacientes internados são ranitidina, omeprazol, bromoprida e Diazepam (DIAS et al., 2015). Deixando sempre claro que o tratamento deve ser feito com a prescrição médica.

A ranitidina é um antagonista do receptor H2 e o omeprazol um inibidor da bomba de prótons, uteis para controlar a acidez gástrica e tratar úlceras pépticas e o refluxo gastresofágico (DIAS et al., 2015).

A bromoprida tem ação anti dopaminérgica, utilizada para tratar transtornos motores do trato gastrointestinal (DIAS et al., 2015).

Os ansiolíticos, como o caso dos benzodiazepínicos, são utilizados para tratamento da ansiedade, que também são úteis para o tratamento de náuseas e vômitos (DIAS et al., 2015).

Fases da Gastrite

A gastrite pode ser dividida em duas fases, a fase aguda que tem curta duração e está relacionada a fatores ambientais e a fase crônica que pode durar anos, tendo evolução lenta e assintomática, caso não for tratada pode evoluir a úlceras e até mesmo câncer de estômago (DIAS et al., 2015).

A gastrite crônica possui sintomas menos graves que a gastrite aguda, porém, mais prolongados, com Helicobacter pylori presente nesse tipo de inflamação (NETO, OLIVEIRA & MAGALHÃES, 2016).

Figura 3: Oito maneiras de aliviar a gastrite. Fonte: http://unipacs.blogspot.com/2015/07/gastrite-sintomas-e-riscos.html

Referências

Ddinel, L. C.; Ddniel, C. C.; Rodriguesl, C. C. R.; Kirstenll, V. R.; Colpoll, Elisângela. Fatores associados com a gastrite crônica em pacientes com presença ou ausência do Helicobacter pylori. ABCD Arq Bras Cir Dig, 2012.

Bockerstett, Kevin A.; Pertersen, Christine P.; Noto, Christine N.; Kuehm, Lindsey M.; Wong, Chun Fung; Ford, Eric L.; Teague, Ryan M.; Mills, Jason C.; Goldenring, James R.; DiPaolo, Richard J. Interleukin 27 Protects From Gastric Atrophy and MetaplasiaDuring Chronic Autoimmune Gastritis. Cellular and Molecular Gastroenterology and Hepatology, 2020.

Antunes, Mariana O.; de Oliveira, Hebert L. A.; Nunes, Melriden E.; de Oliveira, M. V. M. ANSIEDADE E ESTRESSE EM INDIVÍDUOS DIAGNOSTICADOS COM GASTRITE. Revista Bionorte, v. 4, n. 1, 2015.

Dias, Nathany S.; Santos, Paola A.; Pinto, Mariana V.; Fernandes, Cristiane K. C.; Gonçalves Júnior, Antonio de F.; de Souza, Sueza A. O.; Mendonça, Brenda de O. M; Alves, Fernanda A. V. B. ANÁLISE DE PRONTUÁRIOS DE PACIENTES COM GASTRITE EM UM HOSPITAL NA REGIÃO OESTE II DO ESTADO DE GOIÁS. Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 1, 2015.

Ddnie, Lissa C.; Ddine, Charif C.; Rodrigues, Cíntia C. R.; Kirsten, Vanessa R.; Colpo, Elisângela. Fatores associados com a gastrite crônica em pacientes com presença ou ausência do Helicobacter pylori. ABCD, arq. bras. cir. dig. vol.25 no.2, 2012.

Sakae, Thiago M.; Sakae, Gislene R. F. M.; Ruzon, Rafaela F. L. Perfil epidemiológico dos exames de Endoscopia Digestiva Alta no Hospital Nossa Senhora da Conceição de 2007 a 2010. Arq. Catarin. Med., 2012.

Silvério, Américo de O.; Vieira, Marília T.; e Faria, Suzana F. C.; Mekdessi, José E.; Ximenes, Yara R. Análise das indicações, achados e complicações da endoscopia digestiva alta em uma população pediátrica. GED gastroenterol. endosc. dig., 2015.

Dias, Nathany S.; Santos, Paola A.; Pinto, Mariana V.; Fernandes, C. K. C.; Golçalves Júnior, A. de F.; de Souza, S. A. O.; Mendonça, B. de O. M.; e Alves, F. A. V. de B. ANÁLISE DE PRONTUÁRIOS DE PACIENTES COM GASTRITE EM UM HOSPITAL NA REGIÃO OESTE II DO ESTADO DE GOIÁS. Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 1, 2015.

Neto, Gilberto V. M.; de Oliveira, Otávio A. M.; Magalhães, E. N. O Estresse como Fator Desencadeador da Gastrite Crônica: Resposta Fisiológica ou Psicossomática? Psicologado, 2016.

Por Letícia Dayane, Graduanda em Farmácia pela UFRJ.

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