top of page

Especial de Outubro: Outubro Rosa e o Câncer de Mama

siteconscienciaufr

Atualizado: 16 de mai. de 2022

A mama é vital para o ser humano, dela sai o primeiro alimento, o que nos nutre durante a nossa época mais frágil, nos fortalece, mas ela também é frágil, ela também adoece.

Como surgiu o Outubro Rosa?

O chamado Outubro Rosa nasceu no começo dos anos 90 nos Estados Unidos com o intuito de promover discussões e estimular homens e, principalmente, mulheres a fazerem o exame no médico ou até o autoexame. Nessa época, esse câncer era um tabu por se tratar de uma parte do corpo promovida apenas pela sua aparência atraente. A grande mídia não associava os seios a nenhuma doença, dificultando a sua prevenção.

No Brasil, o movimento só começou a ganhar força em 2002, depois que o Obelisco de Ibirapuera foi iluminado no dia 2 de outubro. Porém, só a partir de 2008 que monumentos brasileiros importantes como o cristo redentor foram iluminados em homenagem ao movimento.

O que é câncer de mama?

Câncer é definido pela multiplicação desordenada de células anormais na mama, a aglomeração dessas células forma o tumor, que pode ser visto externamente ou não.

Como o Brasil é afetado pelo câncer de mama?

No Brasil, a mortalidade relacionada ao câncer de mama é bem baixa, com uma taxa de 13 por 100 mil pacientes, números comparáveis à países desenvolvidos como EUA, Canadá, Austrália, França e o Reino Unido. Por outro lado, há ainda no Brasil uma alta incidência de câncer de mama em comparação ao resto do mundo, com uma taxa de 63 casos por 100 mil habitantes.

Como podemos prevenir o câncer de mama?

Existem diversos métodos de prevenção do câncer de mama, evitar agressões ou compressões nessa área é primordial já que é uma parte muito sensível do corpo e mesmo pequenas agressões podem habilitar o crescimento de um tumor no local. Por exemplo, o uso de roupas que sustentem bem as mamas sem pressionar elas demais são as mais adequadas.

O meio ambiente pode ser adjuvante na manifestação genética da doença, iniciando o crescimento de uma célula tumoral. Assumir hábitos de vida saudáveis é fundamental para que o organismo como um todo funcione melhor:

  1. Controle do peso;

  2. Prática de atividade física;

  3. Evitar abuso de bebidas alcoólicas;

  4. Evitar Terapia de Reposição hormonal por tempo prolongado;

  5. Além destes, amamentar o máximo de tempo possível é um fator de proteção para o câncer de mama.

Entretanto, não há como prevenir o câncer de mama de forma absoluta, sendo assim, a chave para um tratamento eficaz contra o câncer é identificá-lo nos primeiros estágios; quanto mais cedo o diagnóstico, mais chances de sucesso o tratamento terá. Caso contrário, podem vir sinais nas mamas, como: (Figura:1)

Figura 1: Sinais de câncer de mama que podem ser observados no próprio seio.

O que o paciente deve fazer para verificar se tem câncer de mama?

Os exames clínicos como a mamografia, a ultrassonografia e a ressonância magnética mamária feitas periodicamente são os métodos mais eficazes de monitorar a saúde das mamas e conseguem diagnosticar tumores menores que 1 cm (não apalpáveis) em 95% dos casos. A confirmação diagnóstica só é feita, porém, por meio da biópsia (retirada de um fragmento do nódulo ou da lesão suspeita) e análise do material pelo patologista. Entretanto, eles devem ser feitos por profissionais da saúde qualificados. A alternativa para isso é o autoexame caseiro (Figura 2 e 3), o qual é projetado para que seja feito periodicamente, desse modo, se algo for achado no autoexame, é necessário ir para um médico qualificado e fazer uma mamografia para confirmar se a condição identificada é princípio de câncer.

Figura 2 e 3: Informações para realizar o autoexame em casa.

Mas, o câncer de mama só afeta as mulheres?

É importante lembrar que, mesmo que câncer de mama seja mais comum em mulheres cisgênero (pessoas que se identificam com o seu sexo biológico), todos os sexos e gêneros podem ser afetados, homens e mulheres transgênero (pessoas que se identificam com um sexo diferente do seu sexo biológico) também tem grandes riscos durante a sua transição hormonal. Pessoas transgênero passam por uma transição hormonal para adequar o seu corpo com o seu gênero, se distanciando-o do sexo biológico que eles receberam ao nascimento.

Os hormônios mudam as características chave dos sexos biológicos, permitindo que o homem ou mulher transgênero expresse o seu corpo adequadamente com o seu gênero. Ao longo desse processo, é necessário um acompanhamento periódico por um médico, já que as mamas são moldadas pelos hormônios sexuais, mudando de forma, e assumem outras funções. Logo, ela pode reagir de forma agressiva com a introdução de uma carga hormonal diferente da que o corpo estava acostumado, devido a sua sensibilidade às mudanças hormonais.

Apesar de raro, o câncer de mama pode afetar homens, com incidência de 1% em relação às mulheres no Brasil, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer). Homens obesos, idade avançada, consumo de álcool são fatores de riscos controláveis nos homens. 

Quais são os grupos e fatores de risco para o câncer de mama?

Além dos transgêneros, pelo mesmo motivo hormonal, o maior grupo de risco são as mulheres após a menopausa, pois nessa época da vida feminina a carga hormonal diminui drasticamente, e a reposição deste com medicamentos por tempo prolongado pode desencadear a doença. Outros fatores de risco são:

  1. Alterações genéticas (estimuladas por fatores ambientais como tabagismo, obesidade, fumo e alcoolismo);

  2. Hereditariedade/genética (5 a 10% dos casos);

  3. Mutações genéticas em grupos familiares, sendo mais frequente em determinados grupos étnicos como, por exemplo, as mulheres brancas, caucasianas, particularmente as judias de origem europeia.

  4. Antecedentes familiares de câncer de mama, particularmente mulheres da família acometidas antes dos 35 anos de idade;

  5. Mulheres que tem início da menstruação em idade muito jovem e menopausa tardia.

  6. O uso de anticoncepcionais orais tem sido associado ao aumento da incidência.

Quais são as etapas de tratamento do câncer de mama?

Os tratamentos regulares para esta condição são compostos de radioterapia, quimioterapia e um processo cirúrgico para a retirada do tumor, em alguns casos uma mastectomia por completo. A mastectomia (Figura 4) é um procedimento de retirada da mama, o médico que indica esse procedimento normalmente tem em mente que pode ocorrer caso de metástase (quando o tumor se espalha para outras áreas do corpo).

Figura 4: Uma paciente após uma mastectomia.

Depois que o tumor foi retirado o paciente está curado?

Mesmo que o tumor tenha sido retirado por completo, é de extrema importância que o paciente acompanhe o seu estado com um médico, já que é possível que ele volte. Esse acompanhamento pode durar meses e é uma das partes mais importantes do tratamento. Caso o tumor não retorne, o paciente pode considerar que venceu o câncer, graças a sua determinação, perseverança e o tratamento médico adequado.

Recomendações:

Faça a primeira mamografia a partir dos 40 anos, e após, com periodicidade anual. Em casos específicos, este exame pode ser antecipado, ou ter sua periodicidade diminuída, sempre sob supervisão médica. Segundo a Lei Federal nº 11.664/2008, em vigor a partir de 29 de abril de 2009, toda mulher brasileira tem direito a realizar pelo SUS sua mamografia anual a partir dessa idade. 

Por Felipe Heck, Graduando em Farmácia pela UFRJ

Fontes:

2 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page