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Doenças de pele: Melasma

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O que é Melasma:


Melasma é um distúrbio caracterizado por hiperpigmentação assintomática, onde, observa- se o aparecimento de manchas escuras na pele – geralmente de coloração marrom claro a escuro, que ocorrem principalmente na região do rosto, com mais frequência no centro face e sobre as bochechas e na testa, além de poder surgir no pescoço, colo e nos braços, embora seja menos frequente nestes últimos.

De acordo com estudos, o melasma afeta geralmente as mulheres, onde, em pesquisas foram vistos que até 30% das mulheres grávidas podem desenvolver este distúrbio, além disso, alguns estudos demostraram que o uso de anticoncepcionais femininos também está relacionado com o desencadeamento da doença. Embora o seu surgimento seja mais comum no sexo feminino, indivíduos do sexo oposto também podem vir a apresentá-lo.



Possíveis causas para o desenvolvimento do melasma:

Embora a patogênese do melasma, ou seja, a sua causa, não tenha sido completamente elucidada até o momento, sabe-se que além dos fatores já citados acima – gravidez e uso de anticoncepcionais femininos - sabe-se que o maior fator de risco é a exposição solar para ambos os sexos, além de demais fatores como distúrbios autoimunes da tireoide e medicamentos, que tornam a pele das pessoas mais sensíveis aos efeitos da luz solar, podendo contribuir com o surgimento da doença. [1, 4]

Conforme a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a exposição aos raios ultravioleta, e até mesmo à luz visível como a proveniente da iluminação por lâmpadas artificiais, TV, celular, computadores e tablets, são consideradas fatores desencadeantes para a doença, além de fatores hormonais e predisposição genética também influenciarem na manifestação desta condição. [1 ,2, 3]



Como ocorre:

A exposição à luz solar e, consequentemente aos raios UV, leva à estimulação dos melanócitos – células localizadas na epiderme – que são responsáveis por produzir a melanina, sendo esta o pigmento que dá coloração a pele e aos pelos a fim de contribui com a proteção contra os danos causados por esta exposição. [1, 5]

Acredita-se que em indivíduos que possuam melasma, a produção deste pigmento se torna exacerbada devido a atividade inadequada dos melanócitos – podendo ser esta atividade decorrente dos fatores citados anteriormente – o que consequentemente leva a formação de agregados de melanina e de melanossomas na epiderme e derme.



Fonte: adaptado de ( PLANEJAMENTO E SÍNTESE DE DERIVADOS DE BENZOFENONAS: ESTUDOS DE FOTOPROTEÇÃO E FOTODEGRADAÇÃO IN VITRO YAMASAKI RENATO- PAULO, 2016)


Além disso, estudos recentes vêm mostrando que demais células como os queratinócitos, fibroblastos, mastócitos dérmicos, células endoteliais, entre outros, também são afetados neste distúrbio, o que por sua vez, tem levantado a hipótese de se considerar o Melasma, um distúrbio do fotoenvelhecimento da pele, em vez de uma doença de pigmentação, dado que, além das células citadas serem afetadas, viu-se que ainda ocorre um aumento da elastose solar, que por sua vez são as são as características do fotoenvelhecimento. Entretanto, ainda não há um consenso acerca disto. [6]



Diagnóstico e Tratamento:

O diagnóstico do melasma é feito a partir de avaliação médica, sendo o dermatologista o profissional mais indicado para diagnosticar e tratar esta condição. Durante o diagnóstico, o profissional realiza uma série de perguntas quanto ao aparecimento das manchas e aos cuidados que o indivíduo possui com a pele, bem como com qual frequência este se expõe ao sol, entre outras. Além de se avaliar as manchas, tanto por meio da utilização da lâmpada de wood, sendo este um aparelho de diagnóstico comumente utilizado para verificar a presença de lesões de pele, neste caso, o aparecimento de manchas escuras na pele, quanto por meio de biópsias. [7, 8]

Com relação aos tratamentos, estes “...variam, mas sempre compreendem orientações de proteção contra raios ultravioleta e à luz visível, que deve ser redobrada quando se inicia o tratamento...” – Sociedade Brasileira de Dermatologia. Para a base do tratamento, é indicado a utilização de agentes fotoprotetores, tal como, o uso de filtro solar com fator de proteção solar (FPS) 30 com ou sem cor, embora o com cor seja mais indicado, dado que ele geralmente possui partículas de óxido de zinco ou dióxido de titânio na formulação que agem bloqueando a luz visível, portanto contribuindo com uma maior proteção da pele.

Além disso, medicamentos de uso tópico e procedimentos para o clareamento, como a utilização de cremes removedores de manchas geralmente a base de hidroquinona, ácido glicólico, ácido retinóico e ácido zelaico podem ser indicados, além da realização de peelings, podendo variar de alguns mais superficiais a outros que atingem camadas mais profundas da pele, e aplicações de lasers ou luzes. [6, 7]



Prevenção:

Para prevenção o mais indicado é a proteção solar, tanto por meio do uso de filtros solares diariamente, como também através da vestimenta como utilização de roupas, chapéus, bonés e óculos escuros, além de sombrinhas (guarda-chuva), especialmente para indivíduos que já possuam melasma, e também para os que visam prevenir o seu surgimento.











Referências bibliográficas:

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA. Melasma. 3 ed. São Paulo. Disponível em: https://www.sbd.org.br/doencas/melasma/. Acesso em: 20 mai. 2023. [1]


KWON, Soon-Hyo et al. Melasma: atualizações e perspectiva. 3 ed. Wiley Experimental Dermatology, 2018. 5 p. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1111/exd.13844. Acesso em: 20 mai. 2023. [2]


PASSERON, Thierry ; PICARDO, Mauro. Melasma, um distúrbio do fotoen. 3 ed. Wiley Experimental Dermatology, 2017. 6 p. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1111/pcmr.12684. Acesso em: 19 mai. 2023. [3]


MANUAL MSD. Melasma (Cloasma). 2022. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-da-pele/dist%C3%BArbios-de-pigmenta%C3%A7%C3%A3o/melasma. Acesso em: 19 mai. 2023. [4]


MIOT, Luciane Donida Bartoli et al. Physiopathology of melasma. 3 ed. Scielo, 2009. 13 p. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0365-05962009000600008. Acesso em: 20 mai. 2023. [5]


CARRASCO, Daniel Morgado et al. Melasma: The need for tailored photoprotection to improve clinical outcomes. 2022. 13 p. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9790748/. Acesso em: 20 mai. 2023. [6]



MANUAL MSD. Hipergmentação. 3 ed. 2022. Disponível em:https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-dermatol%C3%B3gicos/dist%C3%BArbios-de-pigmenta%C3%A7%C3%A3o/hiperpigmenta%C3%A7%C3%A3o . Acesso em: 19 mai. 2023. [7]


PROMED. Melasma: sintomas tratamentos e causas. Disponível em: https://clinicapromed.com/noticia/9/saude/melasma-sintomas-tratamentos-e-causas#:~:text=Melasma%20%C3%A9%20o%20surgimento%20de,s%C3%A3o%20chamadas%20de%20cloasma%20grav%C3%ADdico. Acesso em: 20 mai. 2023. [8]



Escrito por: Thayná Cardoso (aluna de graduação em Farmácia, UFRJ)




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