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Doenças bacterianas: TÉTANO

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Fonte: Istock

Você sabia que não é a ferrugem que causa o tétano? Acompanha o texto para entender melhor sobre o assunto.



TRANSMISSÃO

A bactéria da espécie Clostridium tetani pode estar presente na terra, poeira, fezes de animais ou de humanos. A contaminação acontece se você estiver com algum ferimento e a bactéria conseguir penetrar. No caso, não é a ferrugem que vai causar o tétano, mas o contato da pele com ferimento com o objeto cortante contaminado com a bactéria Clostridium tetani, independente se o objeto está enferrujado ou não. E não se engane, essa doença é grave, entende-se por ferimento qualquer tipo de ferida, arranhão, corte e até mordida de animais. Ainda vele ressaltar que não é contagiosa, não é transmitida de um indivíduo para o outro.

Fonte: Canva

A toxina da bactéria Clostridium tetani que causa a infecção de Tétano está envolvida em processos de contraturas musculares, os quais se espelham nos sintomas da doença, como:

  • Dificuldade de deglutição quando os músculos do pescoço são atingidos;

  • Insuficiência respiratória relacionada aos músculos retro abdominais e os do diafragma;

  • Dores nas costas e nos membros em geral causadas pela rigidez.

A ocorrência dessa doença tem muito a ver com atividades de trabalho que envolvem possível risco de ferimento relacionadas muitas vezes com condições inadequadas. Caso não seja atendido de maneira rápida, o tétano pode ser até fatal, já que as complicações envolvem:

  • Parada respiratória e/ou cardíaca;

  • Disfunção respiratória;

  • Infecções secundárias;

  • Crise hipertensiva;

  • Taquicardia;

  • Fratura de vértebras;

  • Hemorragias digestivas;

  • Edema cerebral e etc (não precisa se assustar muito, você vai ver que tem uma forma simples de prevenir esse pesadelo).



PREVENÇÃO

Fonte: Istock

Você já deve ter ouvido falar da vacina pentavalente, que faz parte do esquema básico de vacinação. Ela representa proteção contra Difteria, Coqueluche, Hepatite B, Haemophilus influenzae B e...sim, Tétano. Aos 2 meses, o bebezinho já recebe essa picadinha especial e depois mais 2 doses com o intervalo de 2 meses entre elas. Vale ressaltar que temos também que tomar uma dose de reforço a cada 10 anos (vai lá conferir se você está em dia). E ainda assim, em caso de ferimentos graves, a cada 5 anos.

Mas, além disso, podemos tomar cuidado com feridas, sempre lavando com água e sabão. Algumas medidas de controle também seriam a educação continuada da população e melhoria das condições culturais e socioeconômicas.



TRATAMENTO

Basicamente consiste em neutralizar a toxina tetânica, eliminar o Clostridium tetani do foco infeccioso e medidas generalizadas de suporte. O soro antitetânico pode ser indicado dependendo de cada caso e tem como objetivo “anular” o efeito da toxina, a imunoglobulina humana antitetânica também pode ser utilizada em casos ainda mais complicados.



MECANISMO DE AÇÃO

O mecanismo está relacionado com a falha na liberação de neurotransmissores para a realização das sinapses, o que impede e/ou dificulta o contato entre os neurônios.

Os neurotransmissores são armazenados em vesículas sinápticas e, quando um sinal é enviado, elas se fundem com a membrana do neurônio pré-sináptico; após isso, o conteúdo na vesícula é liberado na fenda sináptica. A fusão da vesícula à membrana ocorre por proteínas específicas chamadas SNAREs (soluble NSF attachment receptor). É esse mecanismo de ação que é interrompido nos casos de tétano. A toxina dessa doença é uma protease que cliva a SNARE, o que impede a liberação dos neurotransmissores na fenda sináptica. Com isso, é prejudicada a propagação da informação nervosa, o que acarreta nos sintomas da doença, como paralisia espástica.



Por fim, fique em dia com a caderneta de vacinação e sempre tome os devidos cuidados em relação a ferimentos.



REFERÊNCIAS

  • BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE. DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Secretaria de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde, 2004.

  • LARRUBIA, Ana Luiza Silveira et al. Tétano acidental: uma revisão dos aspectos clínicos, epidemiológicos e neuroquímicos/Accidental tetanus: a review of clinical, epidemiological and neurochemical aspects. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, n. 3, p. 12392-12401, 2021.

  • Tétano. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Biblioteca Virtual em Saúde, dez. 2019. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/tetano/. Acesso em: 5 maio 2023.

  • Tétano. SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES, 31 mar. 2023. Disponível em: https://familia.sbim.org.br/doencas/tetano. Acesso em: 5 maio 2023.

  • Tétano Acidental. GOVERNO FEDERAL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/t/tetano-acidental#:~:text=O%20T%C3%A9tano%20acidental%20%C3%A9%20uma,baixas%2C%20%C3%A1gua%20suja%2C%20poeira. Acesso em: 5 maio 2023.

  • Tétano: sintomas, transmissão e prevenção. FIOCRUZ. BIO-MANGUINHOS, 14 jun. 2018. Disponível em: https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/tetano-sintomas-transmissao-e-prevencao. Acesso em: 5 maio 2023.

  • TAVARES, Walter. O Clostridium tetani e o tétano. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 7, p. 57-68, 1973.


ESCRITO POR: Carolina Rodrigues Monteiro Barros (aluna de graduação em Farmácia - UFRJ)




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