O que causa o Parkinson:
O Parkinson é uma doença neurodegenerativa caracterizada pela morte dos neurônios dopaminérgicos localizados no cérebro, que se projetam para uma região responsável pelo controle dos movimentos corporais. Embora a causa exata dessa degeneração não seja completamente compreendida, sabe-se que tanto fatores genéticos quanto ambientais podem contribuir para o desenvolvimento da doença.
Além da degeneração dos neurônios dopaminérgicos, ocorre também a formação de corpúsculos de Lewy, que são depósitos de uma proteína chamada alfa-sinucleína. Esses depósitos contribuem para a toxicidade e morte neuronal, agravando o quadro clínico do Parkinson.
Essa doença é a segunda patologia neurodegenerativa crônica e progressiva mais comum no mundo, superada apenas pela Doença de Alzheimer. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 4 milhões de pessoas, ou 1% da população mundial acima de 65 anos, são afetadas por essa doença.
Figura 1 Demonstração da diminuição dos níveis de dopamina no cérebro
Quais são os sintomas:
O indivíduo com Parkinson pode apresentar tanto sintomas motores quanto não motores. Os sintomas não motores, frequentemente precedentes aos motores, incluem constipação, depressão, distúrbio do sono REM, alterações sensoriais e declínio cognitivo, embora não sejam decisivos para o diagnóstico. Os sintomas motores, por sua vez, englobam tremor em repouso, rigidez muscular, anomalias posturais, distúrbios da marcha e face inexpressiva. Problemas respiratórios, resultantes da rigidez muscular que afeta o diafragma e os músculos intercostais, são uma das principais causas de morte, devido ao risco de pneumonia.
Figura 2 Sintomas mais comuns do Parkinson
É possível prevenir o Parkinson?
Embora a Doença de Parkinson não possa ser completamente prevenida, algumas estratégias podem ajudar a reduzir o risco de desenvolvimento. Evitar a exposição a toxinas, como pesticidas e herbicidas pode diminuir o risco de Parkinson. Além disso, o controle adequado de doenças como diabetes e hipertensão, que podem impactar a saúde neurológica, é fundamental para a prevenção. É recomendado a prática regular de atividades físicas e uma alimentação saudável, podendo trazer melhora à saúde cerebral e pode reduzir o risco de doenças neurodegenerativas.
Como é o tratamento para o Parkinson?
O Parkinson ainda não tem cura, sendo o tratamento apenas paliativo. Sendo assim, a terapia farmacológica visa reduzir os sintomas para manter uma boa qualidade e expectativa de visa do paciente. O principal medicamento utilizado é a Levodopa, que atua como precursor biossintético da dopamina. Ao aumentar os níveis de dopamina no cérebro, os sintomas motores e não motores são controlados, porém a neurodegeneração ainda progride.
A Levodopa apresenta contraindicação?
A levodopa não deve ser administrada a pacientes com distúrbios psicóticos, pois pode agravar os sintomas. Além disso, este medicamento é contraindicado para indivíduos com glaucoma de ângulo fechado, uma vez que pode aumentar a pressão intraocular.
Figura 3 Medicamento comercializado para a terapia da doença de Parkinson
Curiosidade:
Como ilustrado na imagem acima, o medicamento Levodopa é frequentemente combinado com Carbidopa. Isso ocorre porque a Levodopa é parcialmente convertida em dopamina antes de atingir o cérebro, reduzindo sua eficácia onde é mais necessária. A Carbidopa inibe essa conversão periférica, permitindo que mais Levodopa chegue intacta ao sistema nervoso central, onde pode exercer seu efeito terapêutico de maneira mais eficiente.
Escrito pela aluna: Milena Rodrigues Duarte.
Referências:
BLOEM, Bastiaan R.; OKUN, Michael S.; KLEIN, Christine. Parkinson's disease. The Lancet, v. 397, n. 10291, p. 2284-2303, 2021.
Comments