top of page

Doação de órgãos

siteconscienciaufr

Atualizado: 1 de jun. de 2022


A doação de órgãos (Figura 1) é um ato pelo qual manifestamos a vontade de doar uma ou mais órgãos ou tecidos do nosso corpo com o intuito de auxiliar no tratamento de outras pessoas, seja com uma doação direta (uma doação para uma pessoa específica) ou uma doação para a Central de Transplantes e Organizações de Procura de Órgãos (OPO) (1).


Figura 1: Imagem de capa. Fonte: Medicina S/A. Novartis abre programa de inovação voltado a transplantes. https://medicinasa.com.br/novartis-transplantes/ Acesso: 26/07/2021

Como funciona?

No Brasil, a doação de órgãos funciona através da ação da OPO, que em uma ação conjunta com as Comissões Intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) de todo o país, que procuram possíveis candidatos, os quais possuam um ou mais órgãos que sejam apropriados para doação (2).

A maioria da doação de órgãos é feita pós-morte, mas algumas ainda podem ser feitas de forma direta ainda vivo, para parentes até o quarto grau ou cônjuges; mas outras pessoas podem ser doadoras se houver uma autorização judicial (2,3)

No caso de doação pela Central de Transplantes, ela é feita depois do diagnóstico de morte encefálica (morte cerebral). O corpo é analisado para identificar todos os tecidos e órgãos que podem ser viáveis para a doação. Depois da retirada das doações, a Central de Transplantes verifica a Lista única para achar os pacientes que irão receber cada doação (1,2).


O que pode ser doado?


No Brasil só podem ser doados alguns órgãos e tecidos (Figura 2) e caso seja doações diretas (doador ainda vivo) podem ser doados um dos rins, parte do fígado, do pulmão ou da medula óssea. Porém, em doações realizadas pela Central de Transplantes, é recomendado que a doação seja feita logo após a morte encefálica em um hospital, onde a retirada ocorre antes que a morte cause a destruição do tecido.2,4

Nos casos de mortes cardiorrespiratórias em ambiente hospitalar, ainda é possível haver doações, mas apenas de tecidos e não de órgãos; portanto apenas córnea, vasos, pele, ossos e tendões podem ser doados (3).

Figura 2: Demonstração dos órgãos e tecidos que podem ser doados.

Lista de Espera


Depois que um doador é identificado, é informado para o Centro de Transplantes qual órgão será doado, e é verificado na Lista única quem deverá receber cada doação. Ela é separada para cada tipo de doação e cada candidato é separado dentro da lista dependendo da severidade da sua condição, do tipo sanguíneo do doador e do paciente, do tamanho do órgão, da localidade que o paciente esteja e do tempo que ele está na lista (5).

O tipo sanguíneo é importante para evitar que o corpo do paciente que receberá o órgão não rejeite o novo órgão. O tamanho do órgão é relevante porque ele precisa encaixar na cavidade torácica sem problemas, considerando que alguns órgãos transplantados podem inchar depois da operação. A localização do paciente é tão relevante quanto a localização do doador: é importante que eles estejam a uma distância apropriada um do outro para que os tecidos do órgão não morram durante o transporte (1,2).

A lista é diferente de estado para estado e depende dos governos estaduais para funcionar de um jeito eficaz; mesmo assim as listas regionais são geridas pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e pelo Ministério da Saúde (1,6).


Perguntas frequentes sobre doação de órgãos


1- Quem retira os órgãos?

Eles são retirados em um centro cirúrgico por cirurgiões certificados pelo Ministério da Saúde, que passaram por um treinamento específico para essa função. Os tecidos podem ser retirados por cirurgiões dermatologistas e levados diretamente para o banco de tecidos (2).

2- Existe algum custo para a doação?

Não, a doação é feita gratuitamente por órgãos públicos (7)


3- A doação dos órgãos impede que o doador tenha algum processo mortuário como um velório com caixão aberto?

Não, os cirurgiões são preparados para manter o corpo apresentável para qualquer processo mortuário, além disso, depois que o corpo é preparado por um especialista, o espaço abdominal é preenchido, a pele é devidamente selada e as partes da pele que foram retiradas são cobertas por roupas, permitindo quaisquer rituais que a família desejar (8).

4- Quem não pode doar órgãos no Brasil?


Pessoas com doenças infecciosas incuráveis, com câncer generalizado ou com doenças que pela sua evolução tenham comprometido o estado dos órgãos, como Hepatite B, que pode comprometer o estado do fígado. No caso de uma pessoa ser admitida sem identidade ou ser um jovem de menos de 18 anos desacompanhado do seu responsável, também não é possível doar os órgãos (1,2).


5- Resumidamente, como funciona o processo completo da doação até o órgão chegar no doador?

É um processo de 6 etapas (Figura 3) que é feita em uma questão de horas para evitar que os órgãos sejam perdidos.

Figura 3: Detalhamento do passo a passo da doação de órgãos.6

Se você quer ser doador de órgãos, avise sua família e amigos!!


Assim seu desejo será atendido e você salvará a vida de outras pessoas!


Se deseja ser doador de medula óssea agora, cadastre-se no hemocentro mais próximo. Acesse o site do Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea):


-Felipe Heck, Graduando em Farmácia



Referências

[1] Ministério da Saúde. (2019) Doação de Órgãos: transplantes, lista de espera e como ser doador. https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/doacao-de-orgaos/ Acesso: 20/07/2021

[2] Ministério de Saúde. (2020) Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos 2020. https://portalarquivos.saude.gov.br/campanhas/doeorgaos/ Acesso: 20/07/2021

[3] Steven, M., & Pace, N. (2003). Non-heart-beating organ donation. European Journal of Anaesthesiology, 20(11), 855-858. doi:10.1017/S0265021503001388

[4] Healey, A., & Singh, J. (2019). Organ donation – emergency medicine’s call to action. CJEM, 21(5), 569-571. doi:10.1017/cem.2019.404

[5] Bertarello, M. (2010). A judicialização da saúde: uma análise sistêmica da definição do receptor de órgãos na lista única de espera para transplante.

[6] Morais, T. R., & Morais, M. R. (2012). Doação de órgãos: é preciso educar para avançar. Saúde em Debate, 36, 633-639.

[7] Rezende, L. B. O., Veloso, C., Pereira, J. R., & de Oliveira Rezende, L. (2015). Doação de órgãos no Brasil: uma análise das campanhas governamentais sob a perspectiva do marketing social. Revista Brasileira de Marketing, 14(3), 362-376.

[8] Pessalacia, J. D. R., Cortes, V. F., & Ottoni, A. (2011). Bioética e doação de órgãos no Brasil: aspectos éticos na abordagem à família do potencial doador. Revista Bioética, 19(3), 671-682.

2 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Bình luận


bottom of page