A farmácia é uma das ciências da saúde mais antigas da humanidade, ela já era amplamente praticada em países asiáticos, como a Índia, mesmo antes do ano 0. Apesar disso o nome que originou “farmácia”, começou na Grécia antiga, em que ela era descrita como a ciência que estuda remédios e venenos. A origem do nome abre uma questão que nunca vai deixar de ser relevante nos estudos farmacêuticos, “Onde está o limite entre o remédio e o veneno?” (Borchardt et al,. 2002).
Figura 1: Símbolo da Farmácia. Fonte: https://www.crfma.org.br/simbolos-da-farmacia/
O caminho para determinarmos o que é remédio e o que é veneno é a informação segura, que envolve não apenas receber e seguir a receita de um profissional, mas também aprender os pequenos detalhes da receita. É extremamente importante aprender e entender se o médico recomendou um medicamento de referência ou se você pode comprar o genérico ou similar e para isso é importante saber quais são as diferenças entre eles. (Bastos et al,. 2017).
Para uma melhor compreensão do tema é importante que alguns conceitos sejam conhecidos, como: o que são medicamentos, remédios, princípio ativo, posologia e vias de administração, essas informações estão contidas na figura 2.
Figura 2: Conceitos essenciais para a compreensão.
Medicamentos de Referência
Os medicamentos de referência são os primeiros que registraram patente com uma composição específica, para ser registrado ele há de passar por testes extensivos feitos na fase industrial, mas os resultados desses testes são revisados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Portanto, eles têm a sua eficácia garantida e provavelmente são de uma marca mais conhecida e que possui diversas patentes no mercado. (Anvisa, 2019 acesso em 21/11/2020)
Medicamentos Genéricos
Os genéricos são medicamentos que apresentam princípio ativo idêntico a um medicamento de referência, eles também são assegurados por testes apresentados à Anvisa. Uma das principais vantagens do Genérico é o seu preço de compra, eles normalmente são muito mais baratos que as suas referências. Porém, eles só podem ser produzidos depois que a patente do medicamento de referência expira ou é renunciada. (Anvisa, 2019 acesso em 21/11/2020)
Para determinar se um medicamento é um genérico deve-se observar se ele tem uma baixa amarela com a letra G, assim eles são facilmente identificados. (Anvisa, 2019 acesso em 21/11/2020)
Medicamentos Similares
Os medicamentos similares são muito semelhantes aos medicamentos genéricos, eles também são assegurados pela Anvisa, e só podem ser produzidos depois que a patente do medicamento de referência expira ou é renunciada. Porém, ele possui algumas diferenças em relação ao medicamento de referência. Apesar de ter a mesma concentração, via de administração e posologia que o medicamento de referência, similar pode apresentar tamanho e forma do produto diferente, prazo de validade, embalagem, rotulagem e veículo. (Anvisa, 2019 acesso em 21/11/2020)
Para o consumidor, determinar se um medicamento é similar ou é o de referência pode ser difícil, ele precisa ter a sua própria marca e nome comercial. Logo, é necessário fazer uma pesquisa anterior a sua compra e, mais importante ainda, perguntar para o médico se você pode tomar um similar. (Anvisa, 2019 acesso em 21/11/2020)
Intercambialidade
Assim, como mostrado na Figura 3, os medicamentos similares e genéricos são intercambiáveis com o medicamento de referência, ou seja, uma receita de um medicamento de referência pode ser substituído pelo genérico ou pelo similar de mesma composição. Enquanto que, similares e genéricos não são intercambiáveis entre si, ou seja, se foi receitado um genérico, não é possível manter a mesma posologia com um similar de mesmo princípio ativo.
Figura 3: Figura que explica visualmente a intercambialidade dos medicamentos. Fonte: https://sysfar.com.br/2016/11/17/entenda-as-diferencas-entre-medicamento-referencia-generico-e-similar/
-Felipe Heck, Graduando em farmácia
Referências
-Bastos, F. I. P. M., Vasconcellos, M. T. L. D., De Boni, R. B., Reis, N. B. D., & Coutinho, C. F. D. S. (2017). III levantamento nacional sobre o uso de drogas pela população brasileira.
-Borchardt, J. K. (2002). “The Beginnings of Drug Therapy: Ancient Mesopotamian Medicine”. Drug News & Perspectives. 15 (3): 187–192.
-Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. (2019) Farmacopeia Brasileira. Anvisa. 6ª edição.
-Santos, M. S. D. (2013). O impacto da 5ª edição da farmacopeia brasileira: o ensaio de dissolução de comprimidos de Hidroclorotiazida 25mg.
-Bermudez, J. (1994). Medicamentos genéricos: uma alternativa para o mercado brasileiro. Cadernos de saúde pública, 10, 368-378.
-Storpirtis, S., Marcolongo, R., Gasparotto, F. S., & Vilanova, C. M. (2004). A equivalência farmacêutica no contexto da intercambialidade entre medicamentos genéricos e de referência: bases técnicas e científicas. Infarma, 16(9-10), 51-56.
-Vieira, F. S., & Zucchi, P. (2006). Diferenças de preços entre medicamentos genéricos e de referência no Brasil. Revista de Saúde Pública, 40(3), 444-449.
-Guimarães, M. C. L., Uehara, E., Pereira, R. M., & Garrafa, V. (2002). O registro sanitário do medicamento similar no Brasil e suas implicações na Saúde Pública: a responsabilidade do estado frente à vulnerabilidade da população. Infarma-Ciências Farmacêuticas, 14(9/10), 76-81.
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