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DEZEMBRO LARANJA: CÂNCER DE PELE E USO DE PROTETOR SOLAR

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Atualizado: 16 de mai. de 2022

INTRODUÇÃO

Figura 1: Médico verificando a existência do câncer em manchas na pele. https://www.metropoles.com/saude/cancer-de-pele-saiba-como-identificar-os-primeiros-sinais. Acesso em: Acesso em: 16/12/2019.

A pele é um órgão crucial para a proteção e delimitação do organismo, interagindo com o ambiente externo, com várias funções importantes, e como qualquer outro órgão, pode ser acometida por doenças e lesões.

O câncer de pele, caracterizado por um crescimento sem controle das células da pele, é a doença que acomete grande parte da população, sendo registrados cerca de 180 mil novos casos a cada ano segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

É dividido em dois tipos: melanoma e não melanoma, este último ainda é subdividido em carcinoma basocelular (CBC) e carcinoma espinocelular (CEC).

A exposição excessiva ao sol é o principal fator de risco do câncer de pele, sendo mais recorrente em países tropicais como o Brasil, com menor frequência de casos em crianças e negros, e mais comum em pessoas brancas e acima dos 40 anos.

As pessoas de pele clara e as que se expõem ao sol de forma descuidada têm maior risco de contrair a doença. Indivíduos de pele escura raramente tem esse tipo de câncer, mas quando ocorre afeta a parte não pigmentada da pele, como a parte mais clara das mãos e dos pés.

TIPOS DE CÂNCER DE PELE

Sendo o não- melanoma (tipos CBC e CEC) o tipo de câncer de pele mais comum na população brasileira, com cerca de 90% dos casos, apresenta crescimento lento e raramente resulta em metástase (surgimento de um novo tumor devido a um tumor maligno) o que aumenta as chances de cura quanto antes for diagnosticado. Pacientes que apresentam câncer de pele não-melanoma devem ter cuidado, pois apresentam maior chance do aparecimento de um novo câncer de pele. Assim, devem ser acompanhados regularmente, pois caso apresentarem uma nova lesão, terão um diagnóstico precoce.

O CARCINOMA BASOCELULAR (CBC)

Sendo o tipo mais prevalente, surge nas células basais que estão presentes na camada mais profunda da epiderme. Tem altas chances de cura caso seja detectado precocemente. Além da exposição ao sol, outros fatores podem desencadear seu surgimento.

O CARCINOMA EPIDERMOIDE OU ESPINOCELULAR (CEC):

Sendo o segundo mais frequente entre os tipos de câncer de pele, é causado devido a uma exposição excessiva ao sol, ocorrendo em áreas fotoexpostas, sendo um tumor maligno derivado dos queratinócitos da pele, manifestando-se nas células escamosas, encontradas nas camadas superiores da pele.

MELANOMA

É o tipo menos comum, porém muito mais grave, com alto índice de mortalidade, pois tem a possibilidade de ocorrer metástase, sendo também considerado o pior tipo de câncer de pele, possivelmente causado devido a exposição aos raios UVA que são os maiores causadores de danos à pele. Apesar disso, se identificado nos estágios iniciais tem-se 90% de chance de cura. Tem a aparência de uma pinta ou sinal na pele, normalmente mudando de cor, formato e tamanho.

SINTOMAS

É muito raro causar sintomas incômodos, porém, sem tratamento os casos mais avançados podem causar sangramento, coceira e dor intensa.

DETECÇÃO

Utiliza-se o método ABCDE para verificar a ocorrência do câncer de pele, como ilustrado nas Figuras 2 e 3.

Figura 2: Principais características do câncer de pele. https://www.tuasaude.com/sinais-de-cancer-de-pele/. Acesso em 16/12/2019.

Figura 3 – Regras ABCDE para identificação do câncer de pele. https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/cancer-da-pele/64/. Acesso em: 16/12/2019.

PREVENÇÃO

Recomenda-se evitar a exposição excessiva ao sol, principalmente durante o seu horário de pico, que gira em torno de 10h da manhã até às 16h, e deve-se utilizar chapéu e protetor solar quando houver exposição aos raios solares.

IMPORTÂNCIA DO USO DO PROTETOR SOLAR

Utilizados para proteção da pele contra os raios ultravioleta do sol, é uma forma bastante útil de prevenção do câncer de pele.

A radiação ultravioleta (comprimento de onda entre 100- 400nm, altamente energética) é dividida em UVA (320-400 nm), UVB (280-320 nm) e UVC (100 a 280 nm) sendo a UVB a maior causadora do câncer de pele e também de queimaduras e bolhas. Protetores solares devem ter proteção UVB para evitar o risco de câncer de pele. Por outro lado, a radiação UVA penetra mais profundamente na pele, provocando e acelerando o envelhecimento da pele. Assim, o protetor solar com proteção UVA ajuda a diminuir a velocidade do envelhecimento da pele devido a esse fator externo. Desse modo, protetores solares devem ter filtros para proteção das radiações solares UVA e UVB.

CLASSIFICAÇÃO DOS FILTROS SOLARES

Filtros solares físicos ou inorgânicos: funcionam como barreira, pois refletem a radiação, evitando que estas atinjam a pele. As principais substâncias o dióxido de titânio, que refletem apenas a radiação UVB e óxido de zinco, que reflete a radiação UV em toda a sua extensão.

Filtros solares químicos ou orgânicos: estes atuam absorvendo a maior parte da radiação UV no comprimento de onda de 290 a 320nm. Podem ser classificados em: ácido para-aminobenzóico (PABA) e derivados; salicilatos; benzimidazóis; derivados do benzilideno cânfora e benzofenonas.

Os filtros solares podem ser classificados como resistentes a água, porém isso não elimina o fato de que devem ser reaplicados, mas tem como benefício um intervalo de tempo maior.

Depois de determinar a formulação do filtro solar, deve-se determinar o Fator de Proteção Solar (FPS) e constar obrigatoriamente seu valor no rótulo de acordo com a resolução nº 237, de 22 de agosto de 2002.

Filtros solares naturais: tem baixa absorção, utilizado como coadjuvante dos outros tipos de filtros solares. Podem ser extraídos de algodão, camomila, amendoim, ou até mesmo podem ser derivados de óleos vegetais ou fluídos que absorvem radiação UVA/UVB.

NÚMERO DE FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR (FPS)

O FPS representa o tempo a mais que a pele fica protegida contra os raios do sol, o que varia de pessoa para pessoa. Esse valor indica a eficácia do protetor solar, ou seja, quantas vezes o tempo de exposição ao sol pode ser aumentado com o uso do protetor. Como exemplo, se uma pessoa pode ficar exposta ao sol sem se queimar por 5 minutos sem o protetor solar, poderá ficar 150 min exposta ao sol com um protetor FPS= 30 (pois 5 x 30= 150).

Um alto valor de FPS não quer dizer que tenha uma maior proteção, na realidade esses protetores precisam de uma maior concentração de produtos químicos, apresentando maior risco à saúde devido ao fato de que esses produtos podem ser absorvidos pela pele. Um FPS 30 normalmente é o suficiente.

Calcula-se o FPS submetendo-se voluntários a doses progressivas de radiação ultravioleta utilizando um simulador solar em áreas da pele protegida e não protegida pelo protetor solar analisado. Depois de cerca de 20 h faz-se a leitura da dose Eritematosa Mínima e em seguida calcula-se sua razão, sendo o valor obtido o FPS.

A Figura 4 mostra os tipos de pele e FPS indicados para cada uma.

Figura 4: Tipos de pele e protetor solar mais indicado. https://garotacomportada.wordpress.com/2013/04/18/cuidados-com-a-pele-protetor-solar/. Acesso em: 16/12/2019.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Dentre os diversos problemas de saúde ocasionados por uma exposição excessiva aos raios solares, tais como sensibilidade à luz, manchas na pele, despigmentação cutânea, queimadura solar, envelhecimento da pele e supressão do sistema imunológico, o câncer de pele é o de maior gravidade.

O câncer de pele mais comum (não-melanoma) causado pela exposição excessiva e cumulativa ao sol pode ser evitado com medidas como uso e protetores solares, chapéu e exposição ao sol nos períodos do dia onde a radiação UV é menos intensa (antes das 10h da manhã e após as 16h). Assim, o câncer de pele pode ser evitado com medidas simples e baratas, comparadas ao custo do tratamento da doença, que são muito superiores aos investimentos na sua prevenção.

Por Letícia Dayane F. de Siqueira, graduanda em Farmácia pela UFRJ

REFERÊNCIAS

  1. PopimI, Regina Célia; CorrenteI, IJosé Eduardo; MarinoIII, J. A. G. ; de Souza, Carolina Arantes. Câncer de pele: uso de medidas preventivas e perfil demográfico de um grupo de risco na cidade de Botucatu. Scielo, 2008.

  2. Zink, Beatrix Sabóia. CÂNCER DE PELE: A IMPORTÂNCIA DO SEU DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E PREVENÇÃO. Revista HUPE, 2014.

  3. Câncer da pele. Sociedade Brasileira de Dermatologia.

  4. Bardini, Gabriela; Lourenço, Diego; Fissmer, Mariane Corrêa. Avaliação do conhecimento e hábitos de pacientes dermatológicos em relação. Arquivos Catarinenses de Medicina, 2012.

  5. Silva, André L. Araújo*; Sousa, Katya R. Ferreira; Silva, Aline F.; Fernandes, Amanda B. Fernandes; Matias, Vanessa L.; Colares, Aracélio V. A IMPORTÂNCIA DO USO DE PROTETORES SOLARES NA PREVENÇÃO DO FOTOENVELHECIMENTO E CÂNCER DE PELE. Revista Interfaces: Saúde, Humanas e Tecnologia, 2015.

  6. CABRAL, Lorena Dias da Silva; PEREIRA, Samara de Oliveira; PARTATA, Anette Kelsei. Filtros solares e fotoprotetores – uma revisão. Infarma, 2013.

  7. Protetor solar: número do fator não garante proteção. Ecycle. https://www.ecycle.com.br/1726-protetor-solar.

  8. Schalka, Sergio; dos Reis, Vitor Manoel Silva. Fator de proteção solar: significado e controvérsias. Scielo, 2011.

  9. Braga, Nathália. O que são os números FPS no protetor solar. Super interessante, 2012.

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