top of page

Aromaterapia: O que é? Funciona?

siteconscienciaufr

Aromaterapia: O que é? Funciona?





Origem


A palavra aromaterapia foi citada pela primeira vez em 1920 por um químico francês especialista na área e cosmética, René-Maurice Gattefosse. Além disso, durante a Segunda Guerra Mundial a aromaterapia começou a ser aplicada aos pacientes pelo médico francês Jean Valnet, que desenvolveu o primeiro sistema de terapia através dos óleos essenciais. Os óleos essenciais apresentaram resultados anti-inflamatórios quando usados em soldados feridos e isso desencadeou mais interesse em estudar os efeitos dos óleos essenciais.

A palavra aromaterapia vem dos termos"aroma" que significa “odor agradável" e "therapea" que significa tratamento.



O que é a aromaterapia?

A aromaterapia utiliza o aroma de óleos essenciais extraídos de plantas aromáticas, e a partir disso propõe a melhora da saúde e do bem-estar. Os óleos essenciais são extraídos de plantas através de uma técnica chamada de destilação por arraste de vapor, um método que através do calor emitido no sistema, volatiliza os componentes.

A aromaterapia tem sido praticada de diversas formas, através da inalação dos óleos essenciais, do gotejo em superfícies-como travesseiros e roupas de cama-, em difusores, banhos aromáticos, aplicação tópica e massagens. Ademais,é indicada para induzir relaxamento, melhorar a saúde da mulher, amenizar dores musculares, aliviar sintomas de ansiedade, entre outras…




PRINCIPAIS BENEFÍCIOS E USOS DOS ÓLEOS ESSENCIAIS



  • Ansiedade e relaxamento


A lavanda é um dos óleos essenciais mais famosos para diminuir os níveis de ansiedade, pois atua no relaxamento do sistema límbico, a parte do cérebro que controla as emoções. Além disso, como também tem como efeito de redução dos níveis de cortisol, ela se torna responsável por diminuir também a sensação de estresse.

O óleo essencial de bergamota é responsável por reduzir a frequência cardíaca e a pressão arterial, o que vai equilibrar atividade nervosa e reduzir o estresse.

O ilangue ilangue também se mostrou como uma boa alternativa contra a ansiedade. Algumas pesquisas mostram que esse óleo essencial é responsável por reduzir os níveis de estresse e ansiedade, bem como a pressão arterial e a frequência cardíaca.


  • Combate à insônia


Algumas substâncias ajudam a diminuir a ansiedade também são excelentes para combater a insônia, como é o caso do bergamota e da lavanda. Além deles, a erva-cidreira também é utilizada na aromaterapia por oferecer efeitos calmantes e restauradores, o que vai colaborar para a regulação do sono. Outro óleo essencial que ajuda a aliviar problemas do sono, principalmente relacionados a estresses e preocupações, é o de camomila.

Por fim, outro óleo suave que pode ser um aliado para uma boa noite de sono é o manjerona. Além de relaxar a mente, ele também consegue relaxar os músculos, o que pode colaborar para uma noite menos tensa e mais tranquila.

  • Estudos e concentração


Maior concentração e foco também estão entre os benefícios que a aromaterapia pode oferecer. Por isso, alguns dos óleos essenciais que ajudam nisso são os óleos de limão, hortelã-pimenta e alecrim.

O limão ajuda a promover a concentração e a clareza mental. Ele é responsável por reduzir também os efeitos do estresse, regulando a dopamina, que interfere diretamente na capacidade de concentração.

A hortelã-pimenta é conhecida por ser um ótimo estimulante mental, aumentando a capacidade de memorização e ainda sendo eficaz para combater problemas como a síndrome de Burnout.

Por último, o alecrim também tem efeitos positivos para a concentração devido a suas propriedades antioxidantes. Ele ajuda, principalmente, pessoas que sofrem com dificuldade de memorização ou sofrem com cansaço mental.


  • Fortalecer as defesas do corpo


Há também óleos essenciais utilizados na aromaterapia para fortalecer as defesas do corpo, ou seja, o sistema imunológico. Alguns deles são de melaleuca, de cravo e de ravintsara.

O óleo essencial de melaleuca, também conhecido como tea tree, é bastante utilizado para problemas como infecções e inflamações devido a suas propriedades anti fúngicas, anti-infecciosas, antisépticas, antivirais e antibactericidas.

O óleo de cravo, graças a suas funções analgésicas e anti-inflamatórias, podem ser usados para tratar diversas dores, como nas articulações.

Por fim, o ravintsara também é um óleo essencial famoso por ser antiviral, além de ter propriedades antibacterianas e antifúngicas. Pode ser utilizado para problemas respiratórios, por exemplo.

Mas o que os estudos científicos dizem sobre a aromaterapia?




Na literatura científica, há cerca de 1.885 artigos publicados sobre aromaterapia, sendo o mais antigo do ano de 1986. Como todo assunto estudado pela ciência, há artigos que mostram efeitos significativos da aromaterapia, mas também outros que apontam que a prática precisa ser mais estudada. Alguns estudos apontam os resultados com o uso da aromaterapia. Uma revisão de pesquisas (Asay K et al., 2018) relacionando o efeito da aromaterapia sobre náuseas e vômitos no pós-operatório (NVPO) em pacientes cirúrgicos adultos, relatou um efeito positivo. De acordo com esse artigo, a aromaterapia deve ser utilizada como terapia complementar ou adjuvante aos medicamentos. No entanto, nas conclusões, é evidenciado que o método deve ser mais pesquisado para padronizar e fornecer resultados mais confiáveis.

Em outro estudo, ( Bouya et al, 2018) a aromaterapia melhorou a qualidade de vida dos pacientes que se submetem a tratamentos de hemodiálise. Foram analisados efeitos de aromas de lavanda, alecrim, óleo de hortelã-pimenta, óleo de amêndoa e óleo de jojoba. Comprovou-se que esses óleos foram utilizados em sua maior parte através de massagens e inalações. Os resultados dos estudos revisados demonstraram o efeito benéfico da aromaterapia, no que tange a ansiedade, fadiga, estresse, cefaléia e depressão em tais pacientes em hemodiálise.



Regulamentação, venda e uso.


Atualmente, a aromaterapia é vista como um recurso terapêutico reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A prática é uma linha complementar de tratamentos de saúde, ou seja, é um tratamento coadjuvante a outros tratamentos.

No Brasil, a técnica é citada nas Práticas Integrativas e Complementares pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e tem ganhado cada vez mais visibilidade.

A preocupação é com algumas marcas que vendem os óleos essenciais através de um sistema ilegal de marketing com promessas indevidas de cura e indicações perigosas do uso desses oléos em excesso. De acordo com a naturóloga Lúcia Fernandes Bonito, apesar das propriedades naturais, os óleos essenciais podem se tornar prejudiciais à saúde quando utilizados sem recomendação e prescrição de um profissional. Como exemplo, Lúcia cita casos em que o uso de óleos essenciais em massagens, a depender da planta originária, pode causar dermatite; nos casos em que os óleos são aplicados diretamente nas mucosas podem causar queimação do trato digestivo e em casos mais graves podem causar úlceras. (Fonte: Revista digital GZH)

Ademais, de acordo com a ANVISA a ingestão de óleos essenciais é proibida, já que se não forem diluídas corretamente, podem causar queimação no trato digestivo.




Conclusão




  • Portanto, podemos afirmar que a aromaterapia é segura com certas limitações, por um lado é aprovada e regulamentada por órgãos importantes como o SUS, OMS e ANVISA e é considerada uma terapia complementar à saúde. Entretanto, artigos científicos apontam que a prática pode ser benéfica, mas precisa ser mais estudada.

  • Conclui-se também, que a prática dessa terapia não proporciona a cura de nenhuma enfermidade, apenas ameniza alguns sintomas.

  • É irrefutável que a aromaterapia deve ser prescrita e orientada por um profissional da área de saúde, já que são usados como medicamentos e o seu uso inadequado podem trazer riscos à saúde do paciente.




Referência Bibliográficas


AROMATERAPIA: o que é e como funciona?: aromaterapia. In: Aromaterapia: o que é e como funciona? Essentia, 2020. Disponível em: https://https://essentia.com.br/conteudos/aromaterapia. Acesso em: 1 fev. 2023.


INGESTÃO de Óleos Essenciais. Phytoterapica, 2020. Disponível em: https://loja.phytoterapica.com.br/ingestao-de-oleos-essenciais. Acesso em: 1 fev. 2023.

ANVISA publica regulamentos sobre óleos e gorduras vegetais. Gov.br,2021.Disponívelem:https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2021/anvisa-publica-regulamentos-sobre-oleos-e-gorduras-vegetais. Acesso em: 1 fev. 2023.

Justino, Guilherme. Mesmo naturais, óleos essenciais devem ser usados com cuidado, 2017. Revista GZH VIDA. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/vida/noticia/2017/09/mesmo-naturais-oleos-essenciais-devem-ser-usados-com-cuidado-9891679.html. Acesso em: 1 fev. 2023

AROMATERAPIA: como surgiu? 2020. Disponível em: https://www.cpt.com.br/dicas-cursos-cptpiramide%20finan/aromaterapia-como-surgiu. Acesso em: 1 fev. 2023.


Asay, K., Olson, C., Donnelly, J., & Perlman, E. (2019). O uso de aromaterapia em náuseas e vômitos pós-operatórios: uma revisão sistemática. Journal of PeriAnesthesia Nursing , 34 (3), 502-516.


Bouya, S., Ahmadidarehsima, S., Badakhsh, M., & Balouchi, A. (2018). Efeito das intervenções de aromaterapia nas complicações da hemodiálise: uma revisão sistemática. Terapias Complementares na Prática Clínica , 32 , 130-138. ESCRITO POR: Hagatha Bento M. Pereira, aluna de graduação da Faculdade de Farmácia UFRJ.


Posts recentes

Ver tudo

Comentarios


bottom of page