O que é a Andropausa?
Andropausa é um fenômeno conhecido como “menopausa masculina” ou deficiência androgênica do envelhecimento masculino, que é um conjunto de sintomas decorrentes da diminuição de testosterona, que ocorre principalmente em homens a partir dos 50 anos, sendo mais comum a partir dos 60 anos (Figura 1) (Vermeulen et al,. 2000).
Figura 1: Homens de meia idade. Fotógrafos: Sora Shimazaki, Tim Samuel, Ono Kosuki, Jake Ryan e Andrea Piacquadio.
Sintomas
Na maioria dos casos, os sintomas da andropausa não são perceptíveis, porém é comum que ocorram alguns sintomas, como por exemplo: mudança de humor, falta de libido, falta de energia, fadiga, insônia, pele seca e aumento da gordura abdominal (Figura 2) (Rohden et al,. 2011).
Figura 2: Sintomas mais comuns da andropausa.
Em alguns casos, andropausa sem tratamento por um período prolongado pode apresentar alguns efeitos como: aumento no risco de doenças cardiovasculares, policitemia, apnéia do sono, hepatotoxicidade (dano ao fígado), ginecomastia (crescimento anormal das mamas) e hipertensão arterial sistêmica, entre outros (Ministério da Saúde, 2018 acesso em 17/12/2020).
Diagnóstico
O diagnóstico deve ser feito por um urologista depois de analisar um exame de sangue, onde será avaliado o nível de testosterona do paciente. Depois da análise dos níveis de testosterona o médico poderá inferir se eles correspondem aos sinais da andropausa.
Na maioria dos casos, os indivíduos mais afetados pela andropausa são homens com mais de 50 anos de idade. Porém, nos últimos anos existe uma tendência da andropausa acontecer mais cedo (Vermeulen et al,. 2000).
Tratamentos
O tratamento tradicional para andropausa é hormonal, por meio da utilização de suplemento de testosterona, por via oral ou via intravenosa. Ele deve ser prescrito por um urologista depois de uma consulta, na qual ele irá analisar se o paciente precisa do tratamento. Pois, em alguns casos, o tratamento hormonal não é necessário e os sintomas podem ser controlados apenas com mudanças de hábitos (World Health Organization, 1992 acesso 18/12/2020).
Algumas mudanças de hábito ou estilo de vida podem ajudar os indivíduos que já estão na andropausa, porém eles também ajudam na sua prevenção. A redução do estresse, exercícios físicos de 2 a 3 vezes por semana, 8 a 10 horas de sono e uma dieta equilibrada, são as mudanças que ajudam mais no tratamento e prevenção da andropausa (Martits et al,. 2005).
Dicas!
Como vou perceber que posso estar passando pela Andropausa?
Os primeiros sintomas podem passar despercebidos, por esse motivo é extremamente importante ter consultas anuais com um urologista desde os 35 anos (Rohden et al,. 2011).
Onde posso fazer o diagnóstico?
O diagnóstico deve ser feito com o auxílio de um urologista em uma consulta, já com o resultado do exame de sangue recente, mostrando os níveis de testosterona do paciente (World Health Organization, 1992 acesso 18/12/2020).
Existe alguma consequência permanente com a Andropausa?
Na andropausa, com o tratamento hormonal, é normal que o paciente consiga melhorar sem nenhum sintoma permanente (Ministério da Saúde, 2018 acesso em 17/12/2020).
Como posso prevenir a Andropausa precoce?
O melhor jeito de prevenir a andropausa é manter uma vida saudável, com exercício frequente, com 8 à 10 horas de sono e com uma dieta equilibrada (Martits et al,. 2005).
A Andropausa pode ser letal?
Existe essa possibilidade, mas é muito improvável, os sintomas mais comuns não causam muito dano ao corpo, só em casos em que o indivíduo teve os piores sintomas a andropausa pode ser letal (Ministério da Saúde, 2018 acesso em 17/12/2020).
Quais são as diferenças entre a Menopausa e a Andropausa?
As principais diferenças entre a menopausa e a andropausa são, as mudanças permanentes que elas trazem, quantas pessoas elas podem atingir e como elas afetam a vida sexual do indivíduo. Elas são explicadas mais detalhadamente na Figura 3 (Tenover et al,. 1998).
Figura 3: Principais diferenças entre a Menopausa e a Andropausa. Fonte: OPAS.org https://opas.org.br/andropausa-menopausa/ Acesso: 18/12/2020.
Felipe Heck, Graduando em farmácia.
Referências:
Hong, J. H., Ahn T. Y. Oral testosterone replacement in Korean patients with PADAM. Aging Male 2002;5:52-6.
Martits, A. M. & Costa, E. M. F. (2005). Tratamento e monitoramento da andropausa. Revista da Associação Médica Brasileira, 51(3), 127-129.
Ministério da Saúde. (2018). Glossário temático, Saúde do Homem. Acesso: 17/12/2020.
Rohden, F. (2011). “O homem é mesmo a sua testosterona”: promoção da andropausa e representações sobre sexualidade e envelhecimento no cenário brasileiro. Horizontes Antropológicos, 17(35), 161-196.
Tenover, J. L. (1998). Male hormone replacement therapy including “andropause”. Endocrinology and metabolism clinics of North America, 27(4), 969-987.
Vermeulen, A. (2000). Andropause. Maturitas, 34(1), 5-15.
Wespes, E. & Schulman, C. C. (2002). Male andropause: myth, reality, and treatment. International Journal of Impotence Research, 14(1), S93-S98.
World Health Organization. Nieschlag E, Wang C. (1992). Guidelines for the use of androgens. Geneva: WHO. Acesso: 18/12/2020.
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