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Agrotóxicos

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Atualizado: 16 de mai. de 2022

O que são agrotóxicos?

Agrotóxicos (também conhecido como pesticidas) são produtos químicos ou bioquímicos utilizados no setor primário agrícola, feitos com o intuito de garantir uma produtividade maior nas lavouras, pois seu uso é principalmente para preservar as espécies cultivadas na propriedade (ANVISA acesso: 29/11/2019).

Figura 1: Agrotóxicos sendo aplicados de maneia correta. Fonte: eCycle. https://www.ecycle.com.br/3671-agrotoxicos.html Acesso: 17/11/2019

Agrotóxicos são divididos de dois modos, pelo seu objetivo no uso e pelo seu nível de toxicidade.

Pelo Objetivo:

  1. Inseticidas: São produtos que tem como objetivo afastar e/ou matar insetos.

  2. Herbicidas: São produtos que tem como objetivo evitar o crescimento e matar ervas daninhas.

  3. Desfoliantes: São produtos que tem como objetivo evitar o crescimento de folhas indesejadas.

  4. Fungicidas: São produtos que tem como objetivo evitar o crescimento e matar fungos.

  5. Fumigantes: São produtos que tem como objetivo evitar a reprodução de bactérias indesejadas na propriedade

  6. Raticidas: São produtos que tem como objetivo afastar e/ou matar roedores.

  7. Acaricidas: São produtos que tem como objetivo evitar e matar ácaros.

Por toxicidade (Figura 2):

Figura 2: Níveis de toxicidade explicados Fonte: DIANA, Juliana. Agrotóxicos https://www.todamateria.com.br/agrotoxicos/ Acesso: 17/11/2019

História

A primeira instância em que foi confirmado a invenção de um pesticida químico foi em 1874, com o químico austríaco Othmar Zeidler, que criou um inseticida chamado DDT (Dichloro Diphenyl Trichloroethane), altamente criticado na época, mas trouxe às massas a ideia concreta de utilizar produtos químicos na agricultura.

A primeira onda de avanços no ramo de pesticidas, depois da invenção do DDT, foi em 1939, para suprir a necessidade extra de alimento para os países desenvolvidos envolvidos na segunda guerra mundial. 

Figura 3: Norman Borlaug segurando a nova espécie de trigo. Fonte: Encyclopaedia Britannica. https://www.britannica.com/biography/Norman-Borlaug Acesso: 17/11/2019

Porém, só em 1960 a produção e venda de agrotóxicos foi mais liberada depois do fenômeno mundial chamado “Revolução Verde”, uma época realmente revolucionária para o meio agrícola em que se foi pesquisado e descobertas diversas novas sementes transgênicas, máquinas agrícolas, agrotóxicos entre outras. O intuito da “Revolução Verde” era acabar com a fome no mundo, mas apesar de ter acontecido há quase oitenta anos, a situação da fome no mundo não mudou drasticamente, nem foi solucionada.

Hoje em dia,agrotóxicos são usados em propriedades de todos os tamanhos e, apesar de serem mais predominantes em grandes propriedades, só no Brasil existem em 325 agrotóxicos legalizados (ANVISA acesso: 15/11/2019).

Agrotóxicos: venenos ou remédios?

A questão de pesticidas no Brasil e no mundo é muito delicada. Sendo estes usados em seres vivos é importante verificar os limites de quantidade, além da eficácia e da toxicidade. Porém, o fator de complicação é que cada pesticida tem interferência nas vidas da planta que está sendo gerida, da peste afetada pelo pesticida e também do consumidor, que irá consumir esse produto revestido com o agrotóxico.

Além disso, esses produtos químicos não só afetam diretamente pestes, plantas e consumidores, mas também o meio ambiente a sua volta.

Um dos maiores problemas consiste no fato de quando pulverizados, os agrotóxicos entram no solo e chegam aos lençóis freáticos (que são reservatórios de água presentes nas partes subterrâneas da Terra), e a água desses lençóis será contaminada, contaminando todo o ciclo da água. Outro problema para o meio ambiente resultado da utilização do agrotóxico é a contaminação pelo ar (Figura 4). Existem diferentes formas de pulverização, e dependem do nível de toxicidade. Entretanto, é extremamente contra indicado a dispersado por avião, já que a nuvem de pesticida pode ser levada pelo vento para cidades e florestas próximas, contaminando-as indiretamente. E, apesar de não ser altamente tóxico devido à pequena dosagem que o vento leva, essas aplicações repetidas podem adoecer tanto a fauna da floresta quanto seres humanos das cidades vizinhas, levanto até a morte em casos graves.

Figura 4: Avião pulverizando agrotóxicos. Fonte: De Oliveira, Cida. Brasil tem continente de monoculturas banhado em agrotóxicos. 2017 https://spbancarios.com.br/11/2017/brasil-tem-continente-de-monoculturas-banhado-em-agrotoxicos Acesso: 17/11/2019

Existem argumentos fundados para defender tanto a manutenção do agrotóxico na indústria quanto a sua abolição, mas a chave nesse caso é achar a janela de efeito perfeita para que seja completamente eficaz contra a peste, mas que, ao mesmo tempo, não contamine nem a planta nem o consumidor nem o ambiente ao nosso redor.

Por Felipe Heck, Graduando em Farmácia pela UFRJ

Referências:

ANNUAL GENERAL MEETING OF THE FPS. Pesticides and Wildlife. Volume 7, Issue 5 August 1964, pp. 213-214

R. HOLMES, Debora. Pesticides in Perspective. PERSPECTIVE. Volume 4, Issue 3September 2002, pp. 129-130

MULLER, Thomas C. Spray mixture pH as affected by dicamba, glyphosate, and spray additives. Weed Science Society of America. Volume 33, Issue 4August 2019, pp. 547-554

BISH, Mandy D. Survey of Missouri Pesticide Applicator Practices, Knowledge, and Perceptions. Weed Science Society of America. Volume 31, Issue 2March 2017, pp. 165-177

DE OLIVEIRA, Cida, Brasil tem continente de monoculturas banhado em agrotóxicos. Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região. Acesso: 17/11/2019

MARQUES, Luiz. Atlas do envenenamento alimentar no Brasil. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. Acesso: 17/11/2019

PIGNATTI, Wanderlei A.; SOMMERFELD, Stephanie.; CORREA, Marcia.; LEÃO, Luís Henrique.; PIGNATTI, Marta. Distribuição espacial do uso de agrotóxicos no Brasil: uma ferramenta para a Vigilância em Saúde. Ciênc. saúde coletiva vol.22 no.10 Rio de Janeiro Oct. 2017 pp. 3281-3292

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