Na Idade Média, quando Paracelso (1493-1541), um médico-alquimista, fez sua famosa afirmação:
“Todos as substâncias são venenos e não há nenhuma que não seja . A dose diferencia um veneno de um remédio “
Com esse princípio, Paracelso lançou as bases para o posterior desenvolvimento da toxicologia moderna enfatizando a importância da relação dose-resposta.
Muito desse ponto de vista revolucionário continua a ser parte integrante da toxicologia, farmacologia e terapêutica, e este conceito ainda é considerado como base para a terapia farmacêutica.
Após a morte de Paracelsus, em Salzburgo, na Áustria, o campo da química avançou muito lentamente e dois séculos depois, a química ainda não era considerada uma ciência. No entanto, um século mais tarde, com o apoio de biólogos, fisiologistas e patologistas, a química tornou-se uma ciência e importantes descobertas nessa área tiveram um grande impacto sobre a medicina.
Por exemplo, usando alguns conceitos de Paracelso sobre o uso de produtos químicos como agentes terapêuticos, Paul Ehrlich (1854-1915) fez várias contribuições para a bioquímica e química medicinal. Ele apresentou o conceito de índice terapêutico e a idéia de “bala mágica”, que são diretamente conectados à importância da dose, à incidência de efeitos tóxicos e aos benefícios da aplicação específica de fármacos em um sítio de ação específico.
O conceito de liberação específica de fármacos é atribuído a Paul Ehrlich e a prova deste conceito foi dada quando ele e seus colegas sintetizaram o primeiro antibiótico feito pelo homem – o Salvarsan – à partir do arsênio, que depois de modificações químicas em sua molécula tinha afinidade pelo patógeno da sífilis e atuava como “balas mágicas”, sem afetar as células do hospedeiro.
Paul Ehrlich cumpriu o seu objetivo de direcionar um fármaco ao seu sítio específico, efetuando modificações químicas na estrutura da molécula.
No entanto, a liberação seletiva de moléculas também pode ser conseguida pela criação e desenvolvimento de veículos com propriedades específicas (nanocarreadores de fármacos).
Sistemas eficazes de distribuição de fármacos têm sido o foco de pesquisa farmacêutica há várias décadas. Nesse contexto, o uso da nanotecnologia na liberação de fármacos é de extrema importância devido ao potencial de superar um grande número de desafios relacionados não só ao design de novos fármacos e sistemas de distribuição, mas também a otimização de medicamentos antigos.
Por Gyselle Holanda
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