Caros leitores, se aproxima o dia 26 de abril, uma data destinada a promover a conscientização sobre a hipertensão arterial, uma condição que impacta um número significativo de pessoas globalmente. No Brasil, a Pesquisa Nacional de Saúde revelou que a prevalência da doença é de 44,4% entre os indivíduos de 60 a 64 anos. A partir dos 65, mais da metade dos idosos sofrem com a “pressão alta”. Nesta breve exposição, abordaremos a importância de prevenir e lidar com essa condição de saúde que pode passar despercebida, mas que representa um risco sério para a saúde cardiovascular.
Em muitos casos, a hipertensão arterial não apresenta sintomas óbvios, tornando-a ainda mais perigosa. No entanto, ao longo do tempo, a hipertensão pode danificar órgãos vitais como o coração, os rins e o cérebro, aumentando a probabilidade de doenças cardiovasculares, acidentes vasculares cerebrais e outras complicações graves.
Causas
Fisiologicamente, a hipertensão arterial se manifesta quando há um desequilíbrio nos mecanismos reguladores da pressão sanguínea. Tipicamente, a pressão arterial é mantida por meio de uma complexa interação entre o coração, os vasos sanguíneos, os rins e o sistema nervoso. Quando esse sistema de controle apresenta falhas, ocorre um aumento na pressão arterial. Por exemplo, os vasos sanguíneos periféricos, tais como artérias e arteríolas, podem sofrer contração ou estreitamento, o que resulta em uma resistência maior ao fluxo sanguíneo. Este fenômeno pode ser desencadeado por danos nas paredes dos vasos, acúmulo de placas de gordura (aterosclerose) ou disfunção endotelial.
Fatores de Risco
Fatores que aumentam as chances de um indivíduo apresentar hipertensão arterial são:
Hereditariedade: Se há histórico familiar de pressão alta, suas chances de desenvolvê-la são maiores.
Envelhecimento: A probabilidade de ter hipertensão aumenta com a idade, pois os vasos sanguíneos perdem flexibilidade ao longo do tempo.
Estilo de vida não saudável: Uma alimentação rica em sal e pobre em frutas, legumes e grãos integrais, o sedentarismo, o consumo excessivo de álcool e o tabagismo são hábitos que aumentam o risco.
Estresse crônico: O estresse pode contribuir para o desenvolvimento da hipertensão.
Condições de saúde preexistentes: Doenças como diabetes, problemas renais e apneia do sono estão ligadas a um maior risco de hipertensão.
Desequilíbrios hormonais: Condições como hipertireoidismo ou hipotireoidismo podem afetar os níveis hormonais e, por conseguinte, a pressão arterial.
Controle e Diagnóstico da Pressão Arterial
A realização de check-ups regulares é importante para detectar precocemente a hipertensão arterial, mas algo básico e essencial que qualquer pessoa bem treinada pode fazer é a aferição da pressão arterial. Esse procedimento realizado regularmente nos ajuda a monitorar de maneira rápida a nossa saúde arterial.
Felizmente, hábitos de vida saudáveis podem ajudar a controlar e até prevenir a hipertensão arterial. Aqui estão algumas medidas importantes que todos podem adotar para manter a pressão arterial sob controle:
Dieta equilibrada: Optar por uma alimentação rica em frutas, vegetais, cereais integrais, proteínas magras e com baixo teor de gorduras saturadas e sódio pode contribuir para a redução da pressão arterial e para a promoção da saúde cardiovascular.
Exercícios regulares: Incorporar atividades físicas como caminhadas, corridas, natação ou dança à rotina pode ser fundamental para controlar a pressão arterial, fortalecer o coração e melhorar a circulação sanguínea.
Manutenção do peso saudável: É essencial controlar o peso para prevenir a hipertensão arterial. O excesso de peso pode sobrecarregar o coração e as artérias, aumentando o risco de pressão alta e outras condições cardíacas.
Gerenciamento do estresse: O estresse crônico pode desempenhar um papel significativo no aumento da pressão arterial. Praticar técnicas de relaxamento, como meditação, yoga ou respiração profunda, pode ajudar a reduzir o estresse e promover a saúde do coração.
Moderação no consumo de álcool e abandono do tabagismo: O consumo excessivo de álcool e o tabagismo são fatores de risco conhecidos para a hipertensão arterial e outras doenças cardiovasculares. Reduzir ou eliminar esses hábitos pode ser crucial para proteger a saúde do coração.
Terapia Medicamentosa
O tratamento medicamentoso da Hipertensão Arterial geralmente é baseado em uma combinação de medicamentos uma vez que uma minoria dos pacientes hipertensos (30-40%) vai responder ao tratamento com um único medicamento. Abaixo estão exemplos de medicamentos comumente prescritos para tratar a hipertensão arterial:
Diuréticos: ajudam a reduzir o volume de líquidos no corpo, diminuindo assim a pressão arterial. (ex: hidroclorotiazida)
Inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA): ajudam a relaxar os vasos sanguíneos, permitindo que o sangue flua mais facilmente e diminuindo a pressão arterial. (ex: enalapril)
Bloqueadores dos receptores de angiotensina II: atuam de maneira semelhante aos inibidores da ECA, ajudando a relaxar os vasos sanguíneos e reduzir a pressão arterial. (ex: losartana)
Bloqueadores dos canais de cálcio: ajudam a relaxar os músculos do coração e dos vasos sanguíneos, reduzindo assim a pressão arterial. (ex: anlodipina)
Beta-bloqueadores: reduzem a frequência cardíaca e a força das contrações cardíacas, diminuindo assim a pressão arterial. (ex: metoprolol)
É importante ressaltar que a escolha do medicamento adequado depende das características individuais de cada paciente e deve ser avaliada por um profissional da saúde.
Conclusão
Prevenir e lidar com a hipertensão arterial requer um esforço contínuo de conscientização e adoção de hábitos saudáveis. Ao cuidarmos da nossa saúde cardiovascular, estamos investindo no nosso bem-estar a longo prazo e reduzindo o risco de complicações graves. Portanto, aproveitemos este dia dedicado à conscientização sobre a pressão arterial elevada para refletir sobre nossos hábitos de vida e tomar medidas para proteger nosso coração e nossa saúde. Pequenas mudanças podem ter um impacto significativo. Vamos cuidar do nosso coração, hoje e todos os dias. Até a próxima!
Referências
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ESCRITO POR: Carolina Rodrigues Monteiro Barros (aluna de graduação em Farmácia - UFRJ)